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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Agricultura? Sim, agricultura...

Rui Cepeda, 27.02.10

 

 Para facilitar, entenda-se por agricultura todo o sector agro-pecuário e agro-industria.

 

A agricultura é uma actividade económica frequentemente envolta em polémica. Não me recordo do último ministro da agricultura considerado bom! Não temos politica agrícola, ou temos uma má... No debate político, é um tema tabu ou prontamente considerado demagógico! Parece que ainda não recuperamos do trauma do Estado Novo e a sua "aposta" na ruralidade. A discussão geralmente fica limitada a chavões e ideias pré-consebidas, muitas delas falsas... O erro mais comum é a generalização!

É frequente dizer que a agricultura não é competitiva, de facto alguns sector são mais competitivos que outros, como em qualquer área da economia....

Dos habituais chavões aproveito dois:

"As nossas unidades produtivas não tem escala para competir com outros países" Um bom exemplo é a produção de leite, uma das zonas que mais produz leite de vaca na Europa é o norte de França, com explorações familiares com cerca de 50 animais, como nos também temos...

"Os países desenvolvidos negligenciam a agricultura" O que dizer então dos Estados Unidos, França, Holanda ou até mesmo a Dinamarca, o maior exportador mundial de carne de suíno?

 

A atribuição de 200 milhões de euros para uma fabrica de baterias para automóveis, que cria 200 postos de trabalho é aplaudida, mas qualquer cêntimo gasto em subsidio para a agricultura parece excessivo. Sem dúvida que existiram e existirão subsídios para a agricultura mal aproveitados, como em qualquer outro sector da economia, mas isso não deve ser um argumento para barrar investimento ou apoios ao sector! E a solução passa por maior fiscalização, exigir mais rigor e ser mais criterioso.

 

Os apoios podem deixar de ser directos aos produtores e existirem na forma de técnicos qualificados para prestar apoio á produção, na criação de pontos logísticos, na disponibilização de material genético para melhoramento, na promoção das marcas, no apoio á erradicação de doenças, etc...

 

Quando se fala bastante em Portugal se ter transformado num país de serviços, com as consequências bem visíveis em termos de divida externa, faz todo o sentido a aposta no sector primário, que garante a produção e no sector secundário, que ao fazer a transformação dos produtos introduz-lhes valor acrescentado. Vamos fazer um choque tecnológico na agricultura, promover técnicas mais eficazes, melhorar os processos de transformação... Provavelmente vamos aumentar as exportações e diminuir as importação nos produtos que conseguimos ser competitivos, e serão uns quantos! 

A agricultura é uma poderosa arma para fixar população e criar riqueza no meio rural, conforme União Europeia reconhece e que nos tanto necessitamos.

 

O tema é muito extenso e não quero abusar da paciência dos nossos estimados leitores... Não tenho a veleidade de possuir capacidades messiânicas, apontar soluções milagrosas, nem mesmo de ser um perito no sector, se conseguir contribuir para que se debata este assunto, dou-me por satisfeito!

 

 

 

A difícil tranquilidade do PSD ou "MEDÍOCRE! - Com muito gosto!"

Essi Silva, 26.02.10

 

Ontem fui assistir à apresentação da candidatura do Dr. Paulo Rangel à liderança do PSD no hotel Tivoli, Lisboa. Entre um discurso aguerrido e um público hipnotizado de apoiantes, infelizmente de ideias concretas e palpáveis vi pouco.

Na verdade, os candidatos à liderança do PSD têm-me desapontado. Muito. Ainda ontem falava ao telefone com um amigo, chegando ambos à conclusão que nenhum dos candidatos é suficientemente bom para o país.

Talvez seja eu que sou picuinhas. Pode parecer que, como esperava uma candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, e não fui agraciada com ela, sou uma crítica insatisfeita, que só quer mandar a baixo o que não lhe agrada.

Mas não. Afinal não sou a única. E vou-vos explicar o meu dilema:

- Pedro Passos Coelho - tem um programa e propostas algo sustentáveis. Mas são insuficientes e preocupa-me profundamente a conjuntura na qual este se insere, ou seja, os grandes interesses económicos e os amigos que representa. Acaba por me parecer um pouco um Sócrates do PSD. E a isto acrescenta-se a grande falha que cometeu em criticar sistematicamente a sua líder, Manuela Ferreira Leite, quando o que mais precisávamos era unidade, seguindo-se o seu distanciamento da actual liderança.

- Aguiar-Branco - precisa de saber chegar ao eleitorado. Tem a máquina mas falta-lhe a sensibilidade para chegar a todos aqueles que não são militantes e que não têm um vínculo com o Partido.

- Paulo Rangel - ontem desiludiu-me pela abstracção das suas ideias. Precisamos de algo mais concreto, mais forte. Também me preocupa ter demonstrado uma falha de carácter ao se candidatar à liderança do PSD, depois de meses antes ter afirmado que cumpriria o mandato. A meu ver, esta foi uma candidatura de "imperativo categórico" fundada na preocupação de muitas figuras no PSD em deixar que a liderança chegue até PPC, já que este poderá ser responsável pela descaracterização completa de um partido, cujos princípios mal se conseguem identificar no presente. Tem a seu favor algum distanciamento da máquina do partido e dos vícios que esta comporta, mas precisamos de política limpa e focada no essencial (sim, ele diz algumas verdades, mas o mal está na raiz e é essa que temos de cortar)!

Perdoem-me então se estou a dar uma no cravo e outra na ferradura, mas para o PSD estes três candidatos não são suficientes e para o país também não!

Há coisas que nunca mudam.

nunodc, 26.02.10

O jornal i revelou hoje as respostas à pergunta “Depois dos episódios recentes relacionados com as escutas e o caso Face Oculta, mantém a confiança no primeiro-ministro?”, lançada a 50 personalidades portuguesas.

As 48 respostas publicadas (vamos assumir que houve 2 que não responderam) revelam que 16 não confiam no PM, 11 não sabem/dão o benefício da dúvida, e 21 mantêm a confiança no PM. E as respostas são do mais curioso que existe. 

Dos defensores do "não", destacam-se frases como ""O primeiro-ministro tem que ser um factor de confiança perante o exterior e agora acho que passou a ser um factor de desconfiança perante o exterior" (Rui Moreira), “Não e lamento. Há um conjunto de situações, de trapalhadas, sem explicação por mais explicações que sejam dadas. Não é por uma questão de ideologia política é por uma questão comportamental de Sócrates" (Nuno Ribeiro da Silva), “Neste momento só confio nos (poucos) amigos, na família e principalmente nos meus cães. E não sou desconfiada por natureza…” (Ana Bola), “Não confio em pessoas que desta ou daquela forma estão sistematicamente referenciadas como estando relacionadas com certos tipos de processos judiciais” (Saldanha Sanches).

Os "não sei" afirmam que “é necessário um esclarecimento completo para se poder responder. Os indicadores não lhe são favoráveis, mas até ao final do inquérito devemos dar-lhe o benefício da dúvida.” (Ângelo Correia), “Não posso confiar nem desconfiar de coisas sobre as quais não tenho informação. É uma situação muito estranha. Não sei… Estou à espera que me esclareçam.” (Victorino d'Almeida), “Não sei porque o primeiro-ministro me pede que eu acredite em coisas que não me parecem plausíveis, que são difíceis de acreditar.” (Rui Ramos).

Ainda assim, o que mais surpreende é a quantidade de pessoas que continuam a acreditar, e o porquê de tal. “Continua a merecer a minha total confiança. Nunca vi na minha vida uma campanha tão bem organizada para destruir uma pessoa.” (Eduardo Barroso), “Deus lhe dê forças para continuar o trabalho que está a fazer. Estas coisas da justiça, cada um no seu galho. José Sócrates foi eleito e não vi nada para que eu, pessoalmente, deixe de continuar a confiar nele.” (Joe Berardo), “Até agora não há provas que me levem a deixar de ter confiança. Tem havido muitas acusações mas provas não vi nenhuma.” (Loureiro dos Santos), “Sim porque não acredito na justiça nem nos magistrados.” (Miguel Pais do Amaral), "O primeiro-ministro tem-se sabido comportar dignamente relativamente a tudo aquilo que o têm acusado.” (Soares Franco).

  O que tem ainda mais piada..? José António Saraiva, director do Sol, afirmou hoje, que "ficou claro que o BCP queria decapitar a direcção do Sol (...) tenho a certeza absoluta que esta situação, pelo menos na recta final, foi comandada por Armando Vara. O BCP começou por ser nosso amigo, mas transformou-se num cavalo de Tróia". JAS afirmou ainda que se sente "chocado por haver pessoas responsáveis do PS a dizer que não se passa nada", e que "há um encobrimento do poder judicial sobre o poder político".

 

Há coisas que nunca mudam, realmente.

É por isto...

Diogo Agostinho, 26.02.10

 

«Precisa de mostrar que é líder e o líder tem que saber e dizer de maneira clara o que pensa, o que sente e o que quer. E tem que entusiasmar as pessoas, o PSD precisa de ser entusiasmado, precisa de ser arrebatado, para além do trabalho de base que se tem de fazer»,

 

É mesmo isto que o Partido precisa. Na política é preciso entusiasmo e emoção. Encarar a política como puro negócio e por exercício de gestão é a meu ver uma forma errada de liderar. Ser Presidente de um Partido obviamente que carece de ideias, de um projecto sólido, de pessoas qualificadas ao seu lado. Mas precisa de muito mais. Precisa de chama. Precisa de galvanizar. É tempo de colocar as peças nos lugares correctos. Nem todos podem ser líderes. É legítimo muitos aspirarem a tal, mas este é um cargo tão específico, tão preponderante que precisamos de rasgo.

 

É uma chamada de atanção clara. Podem vir as ideias do populismo, da demagogia, do show-off. Não. Show-off é gastar milhões em apresentações, beberetes e festas temáticas. O que precisamos é de quem nos fale ao coração. De quem consiga tirar o militante, o português do sofá. Para ir para a rua, para abanar a bandeirinha, para dizer ao vizinho em quem deve votar. Precisamos de um líder sim. De um líder que nos faça ACREDITAR!

Republicanos na América (6)

jfd, 26.02.10

Ontem foi um dia importante para o Plano de Saúde de Obama. Sentou-se o Presidente com uma série de representantes de ambos os partidos para que se falassem de vez sobre as concórdias e as discórdias

Fica aqui um dos excertos que mais gostei e que demonstra claramente a diferença entre os dois posicionamentos. De destacar é a mania que o GOP continua a ter de se referir àquele sistema de saúde como sendo o melhor do mundo. E eu é que sou o autista!

 

 

'Tão ofendidinhas...

Diogo Agostinho, 25.02.10

 

...que ficam estas virgens ofendidas. Manuela Ferreira Leite voltou a ser clara e certeira. De novo, a visão correcta do estado cá do burgo. Sem tirar nem pôr. Como sempre fez, uma análise perfeita da situação económica do país. Mas alguém discorda do que a Dra. Manuela disse?

 

De facto, cada vez acho mais que ela será recordada como a pessoa com a razão antes do tempo. Pena, que não conseguiu dar às pessoas a sua visão e solução de futuro. Não conseguiu conquistar a confiança das pessoas. Mas o que o tempo e a história vão contar é a sua percepção do futuro de Portugal...

 

É de longe uma mulher extremamente inteligente, capaz e com capacidade de trabalho. Que falta fez a verdadeira Ministra das Finanças na campanha. Onde esteve senhora Dra. Manuela?

A luta pela liberdade.

nunodc, 24.02.10

 


De todos os indicadores divulgados no Pordata
, houve algum indicador que o tenha surpreendido?

São tantos! A melhoria de nível de vida e dos rendimentos é muito grande, desde 1960. Mas há real perda desde 2001. O salário mínimo nacional é hoje, em termos reais de poder de compra, praticamente igual ao de 1974! Os filhos fora do casamento são já mais de um terço do total de nascimentos. Os casamentos não católicos são mais de 50%. Hoje emigra-se outra vez quase tanto como, em média, nos anos 60. Em 20 ou 30 anos, os funcionários públicos tiveram aumentos de vencimentos muito superiores aos trabalhadores da iniciativa privada. Os pequenos e grandes patrões e os independentes trabalham mais horas por semana do que os trabalhadores por conta de outrem.
 

António Barreto, no i.

 

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