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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Ringue de Ideias do PSD: Carlos Coelho

PsicoConvidado, 02.12.09

 

O QUE QUEREMOS DO PSD ?

 

Alternativa: 

1. sucessão de duas coisas, cada uma por sua vez

2. sucessão de duas coisas que se excluem entre si

3. opção entre duas coisas; escolha

4. vicissitude, mudança (...)

                                      Dicionário de Língua Portuguesa, 2009 Porto Editora

 

A grande diferença entre o PSD e os restantes partidos da oposição é que o PSD comporta potencialmente uma real alternativa de Governo.  Os outros partidos da oposição conformam-se em ser eternamente partidos de protesto ou ambicionam chegar ao governo através de uma coligação com o PSD ou com o PS.

 

Esta é a grande diferença e a especial responsabilidade do PSD.  Os eleitores olham para nós e não querem ver agitação inconsequente, irresponsabilidade sistemática, superficialidade confrangedora.  Querem perceber o que faremos de diferente globalmente e sector a sector.  Querem encontrar verdadeiras alternativas e novos rumos.

 

Somos capazes de o fazer !  Já o fizemos no passado.  As duas figuras que mais marcaram a História do PSD foram Francisco Sá Carneiro e Aníbal Cavaco Silva com estilos diferentes mas com significativos nove factores comuns em ambas as lideranças:

 

1. Portugal, primeiro

2. Sublinhar o interesse comum

3. A afirmação da Diferença

4. A esperança no Futuro

5. Reformar e não apenas gerir

6. Ter forte convicção

7. Gerar ideias, apostar nos quadros

8. Formar uma nova geração

9. Ser social-democrata

 

Portugal, primeiro

Quer um quer o outro preocuparam-se em propor soluções para o País estabelecendo uma ligação com os portugueses.  Apelaram aos militantes do PSD mas falaram para os portugueses.  Sá Carneiro disse que “acima da social-democracia está a Democracia, e acima da Democracia, Portugal”.  Cavaco Silva chegou a ser criticado por invocar com frequência o “interesse nacional”.  Os portugueses reconheceram em ambos “estadistas” e não meros “políticos” propagadores de promessas.

 

Sublinhar o interesse comum

Quer um quer o outro sublinharam o interesse comum não aceitando que os seus governos fossem instrumentos de grupos económicos, sociais ou religiosos.  Recusaram colocar-se em posições de fragilidade onde fossem vulneráveis a pressões ou chantagens.  Afirmaram a honestidade como traço de carácter e como condição indispensável em quem exerce funções públicas.

 

A afirmação da Diferença

Quer um quer o outro (Sá Carneiro acusado até de o fazer em excesso) marcaram bem as diferenças face aos seus adversários e - sobretudo - face ao Partido Socialista.  Não havia dúvidas que éramos diferentes e não "passava" a ideia (que é moda no discurso do BE, do PCP e até do PP) que tanto faz ser PS ou PSD que “a política é sempre a mesma”.

 

A esperança no Futuro

Quer um quer o outro transmitiram esperança face ao futuro.  As suas críticas não eram ensombradas pela ideia que tudo de pior se poderia esperar mas exactamente o contrário:  Que com as suas lideranças e as suas propostas era possível construirmos um Portugal melhor.

 

Reformar e não apenas gerir

Quer um quer o outro manifestaram verdadeiro espírito reformista.  Sá Carneiro (no regime político ou na reforma agrária) e Cavaco em diversas áreas (desde a comunicação social ao mercado de trabalho, a segurança social, o sistema financeiro, o mercado de habitação ou a abertura de sectores à iniciativa privada), mostraram que Governar não é apenas gerir mas reformar, criando melhores condições para servir com mais eficácia e mais sentido de justiça os nossos concidadãos.

 

Ter forte convicção

Quer um quer o outro usaram como estilo uma firme determinação por vezes cortante mas inequívoca.  Transmitiam segurança e convicção.  Não havia em nenhum dos dois a sugestão de tibieza ou hesitação.

 

Gerar ideias, apostar nos quadros

Quer um quer o outro rodearam-se de políticos e técnicos com valor apostando numa nova geração.  O Gabinete de Estudos Nacional teve a sua época alta com FSC e, na primeira metade do mandato de Cavaco Silva,  o Instituto Sá Carneiro (na altura sob a designação de IPSD) desfrutou do seu período de maior actividade e protagonismo.

 

Formar uma nova geração

Quer um quer o outro apostaram na Formação de Quadros e encararam-na como uma responsabilidade da máquina partidária e das Fundações ligadas ao Partido.  Se com Sá Carneiro essa aposta podia estar ainda ligada às exigências específicas da consolidação do Partido na fundação da Democracia, com Cavaco Silva  (e através do IPSD), atingiu-se o auge na diversidade e quantidade de espaços formativos sobretudo ao serviço das novas gerações obedecendo à máxima de semear para colher.  Iniciativas que hoje conhecemos sob as designações de “Universidade de Verão”, “Universidade Europa” ou “Universidade do Poder Local” tiveram a sua génese nas experiências formativas da então Área de Juventude do IPSD.

 

Ser social-democrata

Quer um quer o outro defenderam a economia social de mercado, valorizando a iniciativa privada mas com uma forte agenda social virada para os mais desfavorecidos.  Ambos defenderam a expressão criativa da sociedade civil sem cair nos modelos do "Estado mínimo".  Ambos afirmaram uma agenda claramente social-democrata.

 

MAS O TEMPO CORRE !

 

O País não fica parado à espera do PSD.  É importante que nos reorganizemos rapidamente.  Ou protagonizamos a esperança dos que querem uma real alternativa ao desgoverno socialista ou corremos o risco de perder o lugar que ocupamos na Democracia portuguesa.

 

O PSD deve deixar de se consumir nas divisões internas e deve escolher um líder forte, sério e credível que:

- coloque Portugal em primeiro lugar,

- sublinhe o interesse comum,

- afirme a nossa diferença,

- nos devolva a esperança,

- queira reformar e não apenas gerir,

- exprima convicção,

- traga novas ideias,

- aposte numa nova geração

- e afirme um programa claramente social-democrata.

 

E após as eleições do novo — ou nova — líder, todos teremos a obrigação de ajudá-lo/a a construir novas propostas e a lutar pelas nossas causas.

 

Carlos Coelho, Deputado europeu

Presidente Honorário da JSD

Onde estão as oportunidades?

Essi Silva, 02.12.09

 

Na semana passada estive envolvida, enquanto representante da ELSA, na organização de um Job Shop na minha faculdade. Acabei o evento numa sensação de pânico.

Porquê?

 

Estudo Direito na Universidade Católica Portuguesa. Nunca esperei que atingir o sucesso profissional fosse fácil, muito pelo contrário. Mas agora, estou mais preocupada em conseguir um emprego uma vez licenciada que em ser feliz e bem-sucedida. A verdade é que a nossa sociedade dificulta muito a vida a um jovem licenciado. Aliás, dificulta a um jovem, ponto.

 

Podem dizer-me que sempre foi assim, e é bem capaz de ser verdade, mas parece-me que as coisas estão a piorar e muito.

 

Os jovens cada vez saem mais tarde de casa, em parte por não conseguirem atingir a sua independência tão cedo como o faziam há uns anos atrás. Constituir família é cada vez mais um desafio a não ser que se abdique da nossa formação ou do sucesso profissional. (Um dos sócios duma Sociedade que veio ao Job Shop disse-nos que família era para esquecer enquanto advogado) Mas o meu pai com 24 anos já estava a viver sozinho, já era independente. Os meus avós com a mesma idade eram casados e trabalhavam 24/7 para ganhar a vida, mas conseguiam!

 

Onde haverá espaço para mim quando vejo currículos todas as semanas a chegar ao consultório da minha família? Quando sociedades de advogados me dizem que estágio e mestrado não se coadunam, sendo necessário perder mais um ano de dependência familiar para começar a estagiar, quando até um exame de admissão ao estágio me vai ser requerido? Quantos pais não pedem aos filhos para não tirar determinado curso (que é o sonho dos filhos) já que esse sector está saturado?

 

Começo a recear em relação ao meu futuro. Haverá espaço para mim no mundo profissional de amanhã? Ou terei de optar por uma via em que não estou a fazer nem aquilo para que fui formada nem aquilo que me realiza? Ou pior, terei eu escolhido o curso errado para o sociedade profissional actual?

E o que está a fazer o Governo e os seus amigos para proteger a minha geração, quando nem a dos meus pais protege? Controlo dos Media? Falência de pequenas e médias empresas para não ter um espaço para trabalhar e muito menos para criar um posto de trabalho?

 

 

 

Change you can't believe in ;(

jfd, 02.12.09

Depois de meses de deliberação, Obama comunicou ontem a sua decisão ao povo americano.

Para grande tristeza minha e alegria dos fatalistas e portadores de maus fígados, Obama não está a cumprir com o que prometeu nem ser aquilo que gostaríamos que fosse.

Este guerra terminará quando?

Quando já não existir nenhum Talibã na face da terra?

É claro que exisitirá transparência orçamental, nada que ver com os outsorcings de Bush e Cheney, mas continua-se a falar de vidas humanas. 3 milhões $ por ano, por soldado no Afeganistão.

É de doidos... Problemas estes causados por Cheney aquando do seu secretariado geral nos anos 90 e mais as estranhas decisões de Bush de evangelizar o médio Oriente.

Quem nos livra desta Guerra?

 

CARTA ABERTA A PEDRO RODRIGUES

João Lemos Esteves, 01.12.09

                                                        

 

Caro Pedro Rodrigues,

 

Já tive oportunidade de neste espaço elogiar o poder e capacidade de negociação política aquando da feitura das listas para as legislativa, onde a JSD teve uma representação significativa. Tiveste mérito (juntamente com a tua equipa) nessa vitória política - e qualquer pessoa de boa fé o reconhece. No meu entendimento, o teu ciclo de liderança deveria terminar aí.Seria positivo para ti e para o teu projecto (permitia que saísses pela porta grande, num momento de afirmação política), bem como para a JSD (sejamos francos: até ao fim do mandato, a actual CPN vai limitar-se à gestão política corrente, sem o rasgo político que a  caracterizou nos últimos meses - e vai sair na mó de baixo). Tudo dito e ponderado, mantenho a opinião de que seria altura de iniciar um novo ciclo na JSD com outra frescura, outras ideias, outro estado de espírito - independentemente da pessoa que o protagonize. Não foi esse o entendimento que vingou. Legitimamente. Muito bem - mas eu, como militante de base da JSD, não posso deixar de exigir que não sejas nos próximos meses apenas um presidente a part-time. O nosso partido está a viver uma fase complexa e de indefinição - a responsabilidade e o papel da JSD também se vão jogar no futuro (muito) próximo.

 

Espero naturalmente que sigas uma boa prática dos últimos anos - a JSD não apoia oficialmente nenhum candidato à liderança do partido. Deixa os seus militantes reflectirem livremente e tomarem a sua decisão em consciência. Mas não se confunda esta posição com total indiferença, abstenção ou alheamento em relação ao futuro do partido. Porque nós, jovens sociais-democratas, queremos (temos) de ter uma palavra construtiva na construção do rumo do partido de que também somos militantes. Caso contrário, remetemos para a total inutilidade todo o trabalho que foi feito por ti, Pedro, de credibilização da jota.  Voltaremos à imagem dos jotinhas que seguem os candidatos do partido, agitando bandeirinhas e distribuindo material de campanha. Queremos este retrocesso? Não queremos, Pedro. Para ti, seria passar de uma vitória política significativa para uma derrota monumental. E deixarias a JSD numa situação delicada, de irrelevância política. Terminarias o teu mandato de forma desastrosa.

 

Caro Pedro,

 

Terás de, em nome da JSD; tomar posição sobre o futuro do PSD. Não sobre candidatos, nomes ou fulanizar o debate neste momento. Como militante, quero que a JSD se afirme, tome posição sobre se quer directas já e mudar algo para que tudo fique na mesma ou se quer uma discussão séria, ponderada sobre o caminho a seguir, relaizando para o início do próximo ano um Congresso amplamente participado? Creio, muito honestamente, que tens um dever funcional de comunicar a posição da JSD. Só assim poderemos ser ouvidos e levados a sério.

 

Todos sabemos que tens uma predilecção por certo candidato que há muito já se perfilou na corrida. Não há problema e tens todo o direito de o assumir, como qualquer militante social-democrata. O que não pode suceder é que essa preferência interfira na tua actuação como presidente da JSD. Tens de colocar o interesse da JSD acima das tuas escolhas políticas meramente pessoais. Não te esqueças: está em causa não o apoio a um candidato, mas sim um rumo, uma opção estratégica. Esperoi que o faças ainda antes do final do ano ou no início do próximo. O tempo urge.

 

Abraço (e não esperes pelo Pai Natal para anunciar a posição da Jota),

 

João Lemos Esteves

 

 

 

 

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