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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Será um nome para o futuro?

Diogo Agostinho, 24.11.09

 

António Mexia ocupa hoje o cargo de Presidente da EDP. Foi a semana passada recebido na Casa Branca, para transmitir à Administração Norte-Americana os compromissos da EDP, nas questões das energias renováveis.

 

António Mexia foi um bom Ministro num curto Governo. Desempenhou as suas funções com dignidade, é um gestor conceituado e um bom orador. A experiência de liderança quer na Galp, quer na EDP colocam-no com um capital de experiência que não deve ser desaproveitado. Conta ainda com um fenómeno interessante: boa imprensa.

 

Como aproveitar este activo do País? Bem, aí entra a motivação de cada um e a capacidade de se rodear das pessoas certas para avançar com as próprias ideias.

Anheuser for President

Miguel Nunes Silva, 23.11.09

=Spoiler Alert=

 

 

Sou da opinião que as megaproduções de Hollywood deixam sempre algo a desejar em termos de argumento. Quando contratam bons e famosos actores, as minhas suspeitas tornam-se certeza quase absoluta.

 

Levaram-me ao cinema este fim de semana. Nada me suscitou interesse e porque não estava com pachorra para ver mais um chick flick, decidi arriscar sozinho no 2012.

 

Saí a pensar que a experiência, apesar de tudo, poderia ter sido bem pior. 2012 desilude pela gigante previsibilidade e pela narrativa hollywoodesca a qual, como sempre baseada nas epopeias gregas, nos apresenta um herói encarnando os valores nacionais americanos. Todas as personagens moralmente reprováveis são punidas pelo destino – e sobretudo pela morte, nos filmes catástrofe – e os heróis moralmente rectos e fisicamente atraentes, vêem a sua conduta idealista recompensada.

 

2012 não é tão mau como poderia ser porque sendo um filme universal, no meio de todo o limar de arestas que o permitem ser um filme para toda a família, não deixa de fazer o espectador reflectir. Em 2012 não temos um mas sim dois heróis e correspondente quantidade de vilões. Para mais facilmente gerar empatia entre os espectadores, temos o average Joe, um pai americano a tentar salvar a família e temos ainda Adrian Helmsley (desempenhado pelo brilhante actor Chiwetel Ejiofor – fiquei fã depois dos primeiros 10 minutos do filme “Serenity”) o cientista que – verdadeira antítese Obamiana do Dr. Strangelove e talvez uma tentativa de purgar a imagem do génio maléfico de sotaque alemão – consegue salvar a humanidade enquanto seduz a filha do Presidente dos EUA. Do lado negro temos um multi-milionário Russo personificando o egocentrismo e o oportunismo, em tempos de tragédia, e ainda Carl Anheuser (interpretado pela belíssima escolha Oliver Platt - é preciso vê-lo em “Huff”), o Chefe de Gabinete do Presidente, que é representado como um maquiavélico cobarde.

 

Aquilo que é aberrante nesta narrativa em particular, é que sempre que o cientista Helmsley confronta o político Anheuser com os métodos inumanos que este último emprega, o político deixa o cientista sem palavras face aos seus argumentos. No entanto, a mensagem que passa é a perversidade de Anheuser e as boas intenções de Helmsley.

 

No clímax do filme, Anheuser recusa-se a autorizar a entrada no super paquete de fuga, a muitos milhares de refugiados quando faltam 15 minutos para o impacto do oceano que varre o mundo. O cientista Helmsley desafia a hierarquia do navio e exige que as comportas sejam abertas para acolher os refugiados, desencadeando assim uma sequência de eventos que acabará por pôr em perigo o navio americano bem como outros.

 

Por conseguinte, o espectador recebe a mensagem que os políticos são maus e que a hierarquia pode e deve ser desrespeitada em circunstâncias de catástrofe.

 

        No fim, a única pessoa que tem o discernimento e a presença de espírito para desenvolver e ser consequente no empreendimento da continuação do governo e no projecto de repopulação do planeta, passa a mau da fita, e o indivíduo que cede às emoções e põe todos em perigo é elevado a herói e acaba com uma igualmente atraente ingénua… 

Diferença visivel

Rui Cepeda, 22.11.09

 

 "O Presidente da República não pode falar em público sobre processos criminais em curso e os portugueses devem entendê-lo, afirmou hoje Cavaco Silva, recusando pronunciar-se sobre o processo "Face Oculta".

 

Após dois ministros terem-se pronunciado sobre o caso, o Presidente marcou uma visível diferença de atitude relativa á Face Oculta.

 

Cavaco Silva mantém-se assim á parte de um dos principais temas da actualidade e prossegue com atitude low profile, com intervenções criteriosas, discursos com mensagens e preocupações claras mas com pouca repercussão entre a restante classe politica e os cidadãos em geral.

 

Não há muitas diferenças entre o Presidente da Republica e o Cavaco Silva de há uns anos, retirado da vida politica activa.

 

Será que os Portugueses não se sentem orfãos de Presidente?

 

 

Bem-me-quer, Mal-me-quer

Essi Silva, 20.11.09

 

Há dias falava-se na falta de responsabilidade e hábitos de higiene básicos no nosso país.

Pois bem, segundo os resultados preliminares do último inquérito de prevalência da Direcção-Geral da Saúde, quase dez em cada cem doentes (9,8%) contraem infecções em Hospitais nacionais.

Mais chocante ainda, foi descobrir num outro inquérito, que a taxa de adesão dos profissionais de saúde à campanha de higienização das mãos em curso foi de 46,7%, valor  idêntico à média de outros países. Apesar desta taxa não reflectir que os profissionais não lavam as mãos, indica que não seguem as regras definidas.


Ainda que os valores se encontrem na média europeia, é preocupante reflectir que aqueles que  nos deveriam proteger são os mesmos que nos podem debilitar ainda mais. Lembro-me do caso da minha avó que contraiu um herpes ocular em contacto com equipamento hospitalar mal-desinfectado, e que apesar de se terem passado largos anos, ilustra bem como se pode estar susceptível a sair pior dum hospital que quando se entrou.

 

 

Estes dados foram revelados mediante o encontro realizado a propósito do Dia Europeu de Sensibilização para o Uso Racional do Antibiótico e que teve como propósito alertar para os níveis crescentes de resistências devido ao uso frequentemente desnecessário destes fármacos. José Artur Paiva, do Hospital de São João comentou: "É um círculo vicioso: usamos demasiados antibióticos, por isso seleccionamos bactérias multi-resistentes que nos levam a infecções potencialmente mais graves, que levam ao aumento do espectro dos antibióticos", descreveu. E Armando Brito e Sá, médico de família, aproveitou para destacar um mistério português: o facto de não haver penicilina oral à venda, só injectável, ao contrário do que acontece em Espanha e outros países. A penicilina é bem mais barata do que outros antibióticos.

 

Porquê? Porque os antibióticos são a mina de ouro das indústrias farmacêuticas e dos médicos de família. Numa das vilas onde vivi, não há mulher que a partir dos 13 anos não esteja a tomar a pílula (que tem efeitos secundários bastante perigosos, especialmente quando prescrita desde muito cedo); indíviduo que dos 40 para cima não tome medicamentos para a hipertensão (quando geralmente o problema está na alimentação); e metade da população (senão mais) anda a Prozac. True story! E assim o queridíssimo Médico de Família do Centro de Saúde pode ir viajar pelo mundo com viagens pagas pela Pfizer, Glaxo-Smith, etc.

PsicoEvento em Moscavide

Diogo Agostinho, 20.11.09

 

Vem aí mais um PsicoEvento. Desta vez o tema será uma palavra que muitas e repetidas vezes é dita mas muito pouco compreendida: Ética.

 

Iremos contar com a presença de dois distintos Professores Universitários que irão abordar a temática com a acutilância e capacidade tão bem conhecidas. Professor João César das Neves e Professor Adelino Maltez são dois nomes que não necessitam de apresentação.

 

Um agradecimento especial à JSD/Moscavide que se prontificou para nos receber em sua casa.

 

É já dia 2 de Dezembro!

Quelle surprise! (II)

Guilherme Diaz-Bérrio, 20.11.09

 

 

O Orçamento do Estado (OE) para este ano tem um buraco de sete mil milhões de euros. Vai faltar muito dinheiro em receitas de impostos por causa da crise, embora a despesa esperada se mantenha praticamente inalterada, garantiu ontem Fernando Teixeira dos Santos, ministro das Finanças. O vazio será tapado com mais dívida pública, dinheiro que terá de ser pago nos próximos anos através de mais impostos e menos despesa, dizem vários entendidos em finanças públicas.

 

I Online

 

Isto é o resultado de anos de consolidação orçamental mal feita por vários governos, que se concentraram em consolidar pela Despesa e não atacaram problemas de fundo.

 

A Crise Financeira Internacional mostrou o problema visivel, mas não é a causa: O defice português não é "ciclico", é estrutural: O Estado, pura e simplesmente, não se consegue pagar a si próprio!

 

Continuem a atirar a bola para a frente... que essa teoria de "Estados" não vão à falência tem muito que se lhe diga: estamos em alta velocidade para um descarrilamento fiscal!

 

PS(D): E, se tivermos em conta o Sector Publico Empresarial, i.e., tudo o que foi retirado do Orçamento, e colocado em empresas públicas (defice e dívida), então aqueles 8 por cento é uma estimativa muito por baixo!