Para onde caminha o CDS/PP?
Em Portugal, há um problema grave: um excessivo peso da esquerda não democrática (PCP e Bloco de Esquerda - e será que devo acrescentar PS à sócrates?). Uma democracia moderna e que se pretende desenvolvida é incompatível com intenções de voto na casa dos 20% concentradas na franja esquerda do espectro político. Por conseguinte, é vital que os partidos da direita sejam suficinetemente galvanizadores e compreendam as efectivas preocupações dos cidadãos. Infelizmente, não é isso que se tem verificado. Concentrando agora a análise no CDS/PP, é deveras preocupante que tenha, em algumas sondagens, 2% ou 5% das intenções de voto.
A verdade é que o PP em vez de ser Partido Popular passou a ser Paulo Portas. Há uma identificação excessiva entre o partido e o líder. E a tão prometida renovação não surgiu, pelo menos, na dimensão esperada (e necessária). A segunda linha do partido são indefectíveis apoiantes de Paulo Portas. Os eleitores sentem o regresso de Portas como uma vindicta, uma vingança pessoal, um ajuste de contas com os eleitores - após o desaire eleitoral de 2004. Posto isto, importa colocar uma questão: o que será do CDS/PP no pós legislativas deste ano? O resultado, tudo indica, não será estimulante. Se Portas sai, não há actualmente uma figura com peso suficiente e distanciamento quanto baste em relação a Paulo Portas. O Partido corre o risco de se descaracterizar. Dir-me-ão: há Ribeiro e Castro e seus próximos. Não basta - é uma solução fraquinha. Além do mais, o CDS passaria a ser o partido dos retornados: os líderes vão de férias e quando o outro perder, regressam calmamente e alegremente.
Admito que haja no PSD quem se regozije com as debilidades e limitações do CDS/PP. Não é o meu caso. Portugal está politicamente excessivamente à esquerda. E, no entanto, sociologicamente é muito mais conservador, à direita. O interesse nacional tem que se sobrepor (SEMPRE!) ao interesse partidário - Portugal de uma alternativa de direita forte e credível. E essa só pode ser protagonizada pelo PSD (partido liderante) e CDS.