Ontem tive a oportunidade de ver pela primeira vez o maior lago artificial da Europa. Confesso que como português fiquei orgulhoso daquela obra de engenharia, bem como do passo/investimento estratégico que foi dado, no sentido de conservarmos um bem essencial à vida humana, que é a água.
Fiquei curioso e perguntei a pessoas amigas, que vivem numa das aldeias ribeirinhas das “terras do grande lago”, se já utilizavam a água da barragem para regarem as suas culturas perto da aldeia. Fiquei a saber que não e que a população local continua a efectuar um tipo de agricultura sazonal, em virtude das chuvas que podem ou não cair na região.
Mas afinal que maior contradição poderá haver, do que ter o maior lago artificial da Europa a 3km de distância de uma aldeia e não haver um simples sistema de irrigação, para que as populações que residem ali perto, tenham a oportunidade de poder regar as suas culturas durante o período mais seco do ano? Poderão alguns de vós pensar, que tal situação se deve a inoperância da população. Nada mais errado, até porque estes se vêem na contingência de ir buscar água à barragem em “gericãs”, à semelhança do que fazem muitos cidadãos de países como o Chade, o Niger ou o Mali.
Com exemplos destes em Portugal, Estado Membro da União Europeia, pergunto-me onde andará Jaime Silva, o que faz o Ministério da Agricultura, o que pensa o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas e para que servem empresas como a EDIA? Mais do que publicitar futuros investimentos, é preciso ajudar a população local. Não com “marteladas”. Mas sim com conhecimento, bom senso e trabalho.