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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Não me tinha ocorrido

Paulo Colaço, 24.11.08

Fiquei agora mesmo a saber (confiando na fonte!) que o Presidente da República não pode destituir os membros do Conselho de Estado por si mesmo designados.
Estes perdem mandato por diversos motivos (morte, renúncia, impossibilidade física permanente…), sendo que a generalidade cessa funções com o termo do mandato do Presidente que os designou.
 
Cavaco “desmente” assim Dias Loureiro que dissera que o seu mandato estava nas mãos do PR.
 
Sobre este tema, duas perguntas:
- Por motivos de perda de confiança, ou outro atendível, não deveria o PR poder destituir um Conselheiro de Estado por si indicado?
- Dias Loureiro ainda não percebeu que, neste momento, faz mais mal que bem a Cavaco? Ou quer repetir a façanha da Ponte? No passado foi uma carga policial e agora é uma suspeita grave. O terceiro prejudicado é o mesmo: Cavaco Silva.

 

Botão Terra? Vem aí o Elevador de Jesus Cristo?

Diogo Agostinho, 24.11.08

 

O professor Marcelo Rebelo de Sousa admitiu no domingo recandidatar-se à liderança do PSD após as legislativas de 2009.
 

 

“Não sou candidato à liderança do PSD certamente até 2009. Em nenhum momento isso está na minha intenção, mas sei lá se isso não acontece”, afirmou o comentador no programa ‘As Escolhas de Marcelo’, na RTP1.

 

Retomando a célebre frase proferida em 1996, de que não se candidataria à liderança dos ‘laranja’ “nem que Cristo desça à Terra”, acabando contudo por concorrer e ganhar, o professor Marcelo acrescentou: “Cristo não desce, por minha vontade até 2009. Seria uma grande surpresa para mim e um mau sinal para o partido”.

 

Vem aí o Elevador de Jesus Cristo? Tempo Previsto? 2009! Antes ou depois das Legislativas?

Quem brinca com o fogo…

Paulo Colaço, 24.11.08

 

Uma das situações da vida mais cheia de esperanças é aquela em que estamos tão mal, que já não poderíamos estar pior.
Thomas Mann (1875 – 1955)
 
A Defesa Nacional é dever de todo o cidadão português, na exacta medida em que cabe a cada um de nós, no exercício efectivo do conceito de cidadania, contribuir para o progresso do país, nos mais variados sentidos, e para a defesa dos princípios e valores fundamentais da Nação portuguesa e daquilo que nos define, enquanto portugueses.
 
Esta interpretação pessoal daria mote para um post inteiramente dedicado a ela, mas o tema que trago para este espaço, para que fui convidado, muito amavelmente, a contribuir, é o da defesa nacional, tal qual é definida no art. 273º da Constituição. Especificamente, quero levantar a questão do descontentamento generalizado das Forças Armadas Portuguesas.
 
Pergunto aos psicóticos: É de mim, ou há qualquer coisa de errado com os recentes acontecimentos na esfera militar portuguesa? É normal haver manifestações recorrentes das forças de segurança do Estado? É comum ver trocas de acusações entre Governo e entidades representativas dos militares?
Não acredito que seja este o caminho…
 
Recentemente, ouvimos o Gen. Loureiro dos Santos afirmar que, face ao descontentamento, alguns militares poderiam cometer “actos disparatados” e que o poder político teria de “resolver os problemas das forças armadas”. É um aviso sério de que algo está mal, da parte de uma autoridade militar. Declarações proferidas, numa ocasião em que os oficiais generais eram recebidos pelo Gen. Ramalho Eanes, numa “confraternização”, cujo mote desconheço. Ainda hoje, a Associação Nacional de Sargentos levou os seus associados para a rua, manifestando-se contra as políticas deste governo e pugnando por mais condições de progressão na carreira, juntando-se a tantas outras manifestações que, nos últimos tempos, têm levado uns milhares de militares para as ruas, gritando por mais apoio no acesso à saúde, por melhores sistemas remuneratórios e pela dignificação da sua actividade.
 
O Presidente da República, atento que está a esta realidade, já veio dizer que é preciso olhar para as Forças Armadas conforme as especificidades que as suas funções exigem que sejam tomadas em conta. Falta o Governo ver que algo vai mal e que o motivo, se calhar, vem mesmo do seu esquecimento dos militares.
 
No que diz respeito ao Ministério da Defesa, quantos dos psicóticos conseguem apontar uma medida ou uma alteração de fundo na área?
As Forças Armadas são, recorrentemente, esquecidas pelo poder político.
Os nossos militares merecem melhor governo e melhores políticas! A dignidade da vida militar assim o exige!
Mais um ano passa e mais um Orçamento deixa de lado os nossos militares… Até agora, só ouvi falar da possível privatização do arsenal do Alfeite, que nem sequer está em cima da mesa, mas pelo menos discute-se, dá-se importância.
 
Sócrates tem brincado com tudo isto, mas vamos ver no que dá esta brincadeira com os militares. A bem do país, espero que os “disparates”, de que falava Loureiro dos Santos, não passem disso mesmo.
 
Prof. Severiano Teixeira, acorde para a vida, porque quem brinca com o fogo…
 
Psico-Convidado: André S. Machado

Ai faz?

Paulo Colaço, 22.11.08

O BE está prestes a anunciar que Sá Fernandes deixou de fazer falta.

Durou duas eleições a amizade.

Não sobreviveu ao enebriamento do vereador.

O Poder namorou-o e Sá Fernandes retribuiu.

Começou a defender o Poder, aceitou pelouros, amigou-se do grande capital.

 

Não creio que o BE esteja surpreendido com isso porque o BE também é amigo do capital. As suas campanhas não são baratas...

O problema do BE é que Sá Fernandes deixou de respeitar a hierarquia bloqueira.

 

Quem, sim, está perplexo são aqueles que, incautos, achavam que Sá Fernandes fazia realmente falta à política portuguesa.
 

Menino guerreiro is back – parte … desculpem, já perdi a conta!

PsicoConvidado, 20.11.08

1.Santana Lopes está de regresso (pelo menos, para os mais ingénuos que alguma vez acreditaram que ele pudesse abandonar a política…). Pois é, o que há bem pouco tempo não passaria de uma mera anedota, capaz de pôr o mais céptico dos homens a esboçar um sorriso de troça e perplexidade, é hoje uma realidade consumada. E note-se que Santana não está de regresso apenas à política – poderá estar de regresso à Câmara Municipal de Lisboa.

 
2. Admito que para a actual direcção do PSD, nomeadamente para Manuela Ferreira Leite, Santana é a personalização de um autêntico pesadelo. Daí o incómodo da líder do PSD em abordar esta temática. Sejamos claros: a candidatura de Santana representa um sapo difícil de engolir na perspectiva da estratégia e pensamento de Ferreira Leite e seus séquitos mais próximos. Com efeito, as marcas características da actual presidente do PSD eram a seriedade, a credibilidade e a relutância à política-espectáculo. Todos nos recordamos do seu papel preponderante na crítica ao (des)governo de Santana. Ora, de repente, a cruzada anti-populista vai ser interrompida e – ironia do destino! – Santana e Ferreira Leite vão estar juntos, lado e lado, a tentar persuadir os eleitores lisboetas. As voltas que o mundo político dá…
 
3. Dir-me-ão que o nome de Santana ainda não foi oficialmente anunciado, que a hesitação de Ferreira Leite indicia um recuo estratégico. Nada disto me convence. Como se explicaria, então, que Santana deixasse de denunciar os esquemas concertados entre o Presidente Cavaco e a direcção do PSD para passar a elogiar efusivamente as virtudes de Ferreira leite, no seu espaço de opinião no SOL? Mudou de posição após reflexão profunda e esclarecida? Se fosse outra pessoa em causa, ainda poderia acreditar – com Santana, tais argumentos são pura música celestial. Desiludam-se aqueles que ainda acreditam que Passos Coelho, Morais Sarmento ou qualquer outro militante do PSD pode ser o escolhido: Lisboa é mesmo para o menino guerreiro.
 
4. Dito isto, devo acrescentar que acredito que Santana poderá vencer a maior câmara do país. De facto, os portugueses, de norte a sul, gostam sempre da redenção, do arrependimento – e Santana tem aparecido com um perfil completamente distinto, a criticar a vida social (acreditamos?), a fazer a apologia do lar, doce lar, a garantir que ficará em Lisboa até ao fim do mandato (os Lisboetas acreditam?). Por outro lado, António Costa tem pautado o seu mandato pela inércia, pela passividade. Nada de novo se fez, tudo se manteve. Assim, Santana poderá ser encarado, com as suas virtudes oratórias e de contacto com os eleitores, como uma nova fase, uma nova dinâmica para Lisboa. E se António Costa cometer o pecado capital de desvalorizar e ignorar Santana na campanha, ridicularizando-o, dando oportunidade a que este se vitimize (o que sabe fazer com mestria), então aí Santana tem a eleição garantida.
 
Veremos o que se irá passar em 2009. Advirto desde já que qualquer semelhança com Dezembro de 2001 será pura coincidência…
 
Psico-Convidado:
João Esteves

Gaffe ou ironia? Ou desabafo?

Diogo Agostinho, 19.11.08

 

 

 

"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia [pausa]. Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se [pausa]. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia", afirmou Manuela Ferreira Leite

Imigração, responsabilidade e prosperidade

Luís Nogueira, 18.11.08

A temática da imigração em Portugal não é exclusiva aos partidos de esquerda representados no hemiciclo e quem pensa o contrário, alinha e concorda com a actual política irresponsável neste domínio. Sempre fomos um país exportador de imigrantes e que participou activamente na construção de muitas sociedades, dando um forte contributo para a interculturalidade presente em muitos espaços.

 

No entanto temos hoje uma política inconsciente de “porta quase escancarada” para todos os que aqui se pretendem fixar ou que estão apenas de passagem em território nacional.

O país precisa do ponto de vista económico e também social, da vinda de imigrantes com o intuito de tornarem a sociedade portuguesa cada vez mais “aberta ao mundo” e contribuindo também, para uma riqueza de recursos que só o “melting pot” proporciona.

Contudo a inoperacionalidade que tem pautado a acção governativa neste domínio tem de acabar. Não existe um acompanhamento efectivo sobre quem entra, quem sai, como entra e como sai, o que pretende fazer, de onde veio e para onde vai. O SEF é hoje uma estrutura que funciona mal, não estando também as forças policiais e os serviços de informações aptos a lidar com esta enorme missão, pela clara falta de meios e de apoio governativo. Neste como em outros casos, não basta a solidariedade e as palavras “amigas” do Ministro Rui Pereira apelando à abnegação dos agentes no terreno. São precisos mais meios e investimentos concretos e eficazes, não só para regular o fluxo de imigração, como para apoiar cabalmente todos aqueles que precisam de ajuda.

É necessário acompanhar mais de perto este fenómeno deixando “a porta aberta” a quem vier por bem, a quem realmente precise por questões humanitárias e a quem pretenda construir o seu futuro trabalhando dignamente em Portugal.

Ao contrário do que dizia Sócrates, eu acredito que os imigrantes podem contribuir para que Portugal se torne num país mais justo, mais rico e mais próspero.