Ontem ouvi atentamente o discurso de Michelle Obama numa transmissão "Euronews" no momento "No comments". A mim merece um ou dois comentários.
Brilhante a mensagem que ela passa. Aproximou a figura Obama ao sonho americano, quando relembrou que ele foi criado pelos "pobres" avós e que ela própria fora criada por pessoas humildes, até da doença do pai falou parecendo que estava em casa a falar com as amigas. O tom intimista, alegórico, culminava 5 frases de pobreza numa de esperança. "Somos como vocês; viemos de onde vocês vieram, chegamos onde todos podem chegar menos os que não acreditam na mudança."
Conclusão, retrato do passado: actualidade dos EUA; retrato do presente: o futuro prometido por Obama.
Mas de repente o brilhantismo de Michelle acaba quando se percebe que não passa de uma boa actriz e os filhos, que poderão seguir as mesmas pisadas entram em cena para o espectaculo teatral do bom pai de familia gravado à distância e ali transmitido como se fosse em directo. E ainda que fosse... Confesso que não gosto de teatro na politica, só evidencia que um bom actor pode fingir em tudo que ninguém dará por ela. Este é o único sinal que encontro para demonstrar que Obama é, quanto a mim, um óptimo actor que precisou da experiência de um moribundo politico com 25 anos de experiência na pasta da politica externa para segurar a imagem de incapaz nas questões externas.
Mas hoje escolher um Presidente para os EUA não é de menos pensar quem é a Primeira Dama. Nesse papel Michelle poderá fazer um bom papel. Fala melhor até que Hillary, tem força na voz, tem uma imagem simpática, é sem dúvida a maior surpresa que tive até agora na campanha Obama.