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Que me digam que é preciso denunciar toda e qualquer situação de corrupção... aceito; que cada cidadão esteja alerta e use os seus direitos constitucionais de acção alertando as autoridades para a prática de crimes, seja de colarinho branco ou não... acho muito bem; mas que o bastonário da ordem dos Advogados assuma a função de acusador público, isso não. António Marinho Pinto foi eleito pelos advogados portugueses para defender a Ordem dos Advogados e não para assumir funções de procurador... do público. As acusações feitas na última semana e reiteradas na Grande Entrevista ontem à noite não dignificam a posição que ocupa, parecendo mais uma espécie de Vendeta à grande advocacia que o não apoiou na sua candidatura do que própriamente uma postura séria e construtiva que qualquer cidadão deve ter.
Onde mais se notou essa postura foi quando depois de falar "em casos abstractos sem indicar nomes" como o dos "sobreiros" ou das "contas de familiares na Suiça", ambos de ex-ministros (casos abstractos diz o Senhor Bastonário...), veio logo de seguida defender o Partido Socialista no Caso Casa Pia afirmando que este caso não passa de uma manobra politica.
O que pensarão as vitimas do caso Casa Pia do Bastonário que acha que este processo não é motivado pelo facto de haver uma rede pedófila, mas por questões politicas?
Mais,
A postura do Senhor Bastonário, incendiária e demagógica (quantas vezes falou dos "pobres", os "trabalhadores", dos "pequenos criminosos" - coitadinhos dos pequenos CRIMINOSOS...) só sai imaculada num Estado amorfo e pacífico como o nosso. Não tenho dúvidas que em França, os subúrbios estariam já a arder como há dois anos, se uma figura desta dimensão fizesse um discurso como o de ontem.
Este bastonário, que poderia ser o mais útil de sempre pelo papel que assume enquanto activo defensor público da democracia, não prestou um bom serviço ao país e continuará a não o fazer se continuar a falar com um maçarico numa mão e um programa de Governo na outra.