Estaremos seguros?
Carlos Carvalho, 21.11.07
Hoje salta à vista de todos o resultado do estudo feito pelo Observatório de Segurança das Estradas, que nos dá conta das graves deficiências do último troço da CRIL. O Engenheiro Civil responsável diz mesmo que: "É muito fácil construir estradas com total violação dos critérios de segurança e depois limitar a velocidade para passar a responsabilidade dos acidentes para os condutores". E adianta também que só circulando a 60km/h estão garantidos os índices mínimos de segurança.
Numa altura em que tanto se fala de prevenção rodoviária, tanto se acusa os condutores e tanto se recomendam os cuidados na estrada, parece-me muito mal que situações destas continuem a acontecer.
Existem técnicas, estudos, fórmulas e métodos de cálculo capazes de prevenir e, acima de tudo, capazes de projectar toda e qualquer via respeitando os critérios de segurança. Porque é que, então, em pleno século XXI se dão coisas destas? De quem é a culpa? De quem faz? Ou de quem fiscaliza?
Mais, estamos hoje, também, cada vez mais habituados a ouvir nos blocos informativos problemas associados a estruturas de grande porte, problemas associados a pontes por onde circulam pessoas em ritmos elevados. A última foi em Constância, cujo tabuleiro ferroviário se deslocou 20 centímetros (!!!!!!!!) em direcção à margem Sul. Depois da tragédia de Entre-os-Rios muito se falou. Mas, será que se fez realmente tudo o que havia para fazer?
É certo que quem devia assumir responsabilidades não as assume, é certo que as estradas em Portugal também são culpadas por muitos acidentes, pois não estão em conformidade com os índices de segurança, em grande parte. Juntando a tudo isto temos o caso da Estradas de Portugal, agora S.A., e que não se mostra eficaz em nada que não seja o «desbundar» orçamental.
Urge, portanto, rigor na construção em Portugal. Urge que se respeitem os critérios de segurança. Urge que se responsabilize quem de direito.