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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

E, no entanto, ela move-se...

Paulo Colaço, 23.10.07

Passados 8 dias de um Congresso sob a “súplica” da união, o PSD vê saneados três seus Deputados que exerciam funções institucionais no Parlamento.
Eram parlamentares que cumpriam com zelo as suas atribuições.
Não sei de quem é a culpa, mas já vi que com os novos senhores só pode haver união com a promoção dos seus (capazes ou ignaros) e a humilhação dos restantes.
Foi o meu mais curto período de benefício da dúvida: agora sei quem dirige este PSD.

Apenas His Master's Voice?

Paulo Colaço, 22.10.07

Escrutino com frequência a wikipédia e não passo ao lado das efemérides. Hoje cumprem 51 anos da criação oficial da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), herdeira Polícia de Vigilância e Defesa do Estado.

Tanto tempo volvido, regressou a hiper-vigilância do Estado. Mais branda, mas igualmente aviltante.

Tratar-se-á apenas do excesso de zelo de funcionários para agradar um chefe que já se arrependeu do monstro que criou ou existe um verdadeiro “memorando socrático”?

Porreiro, pá!

Margarida Balseiro Lopes, 19.10.07

Habemus Tratado!
Os líderes da UE acordaram ontem à noite os termos do Novo Tratado Europeu.
Itália e Polónia levantaram alguns obstáculos relativamente à sua representatividade nas instâncias europeias, que viriam porém a ser ultrapassados.
O Tratado de Lisboa vem encerrar um ciclo de longos meses de negociação e marcar a História da UE e do nosso País.
Porreiro, pá!” foi a reacção de José Sócrates à entrada nesta nova etapa da construção europeia.
E quanto ao referendo, caros Psicóticos e amigos, qual será a sua verdadeira utilidade nesta matéria?

Pódios que valem a pena!

PsicoConvidado, 19.10.07

«Portugal é o segundo pais de uma lista de 28 (25 estados-membros da UE, Canadá, Noruega e Suíça) com melhores politicas de integração de migrantes, especialmente no acesso ao mercado de trabalho, reagrupamento de famílias e políticas contra a discriminação, segundo o estudo Index de Politicas de Integração de Migrantes 2006.» (in Lusa, 15/10/2007)

Quantas vezes não nos lamentamos ou envergonhamos das posições obtidas noutros rankings? Ora por estarmos no pódio dos últimos ora porque as razões que nos fazem estar na dianteira não constituem motivo de orgulho. Aí está um 2º lugar, numa matéria tão sensível quanto importante, de que me orgulho!

Os psicóticos e psico-amigos o que tem a dizer?


Elsa Picão

Previsões...

Paulo Colaço, 15.10.07
Agora que o Congresso terminou e os PSD volta à sua normalidade (espero eu) é interessante debater que futuro poderá ter o nosso partido!

Ouvi agora mesmo que se confirma, Santana Lopes será líder da bancada parlamentar, Ribau Esteves, como todos sabem, Secretário-geral e, como escolheram os militantes do PSD, Menezes é o líder do partido, etc, etc!

Pergunto-vos! Têm algumas previsões?

Dupla Personalidade?

Paulo Colaço, 14.10.07

Na próxima terça-feira, cumprem 29 anos da entronização de João Paulo II.
Eu, que quando miúdo tinha um poster seu no meu quarto (ao lado do de diversos jogadores do Benfica), tenho dele uma visão difícil de definir.
Assumiu dois papéis: o de político e o de chefe espiritual de 2,1 biliões de pessoas.

Como político merecia o prémio Nobel da paz:
- ajudou a derrubar ou suavizar ditaduras
- possibilitou o diálogo ecuménico
- levantou-se sempre em favor dos mais fracos

Como chefe do catolicismo, fez a Igreja recuar séculos:
- manteve a condição de católicos de 2ª para as mulheres
- apontou a faca aos divorciados
- elevou os dogmas, com custos para o Mundo (ataque à homossexualidade, ao uso de preservativo, ao aborto, imposição do celibato a padres).

No meio de tudo isto, teve tempo para:
- ser um Papa extraordinariamente amado pela juventude
- pedir desculpa aos judeus e ortodoxos e reabilitar Galileu e Copérnico
- agarrar-se à vida, mostrando uma notável força de espírito.

Foi seguramente o melhor Papa para o Mundo mas dos piores para os Católicos. E os psicóticos, o que acham deste Papa?

Justa Imoralidade

Inês Rocheta Cassiano, 11.10.07
No seguimento do post da Inês, no qual já me revi, encontrei este texto no blog de uma amiga. Este artigo remonta a 1999 e é da autoria de João César das Neves, o qual, apesar de ter sido escrito há alguns anos atrás, conserva a actualidade. O que se tem passado no PSD, é um espelho do que se passa na sociedade em geral, e que, do meu ponto de vista, está magnificamente retratado neste artigo. Faço minhas as suas palavras.

"Na actual confusão moral da civilização ocidental existe uma surpreendente ordem subjacente. Se usarmos a estrutura ética clássica vê-se que o nosso tempo despreza todas as virtudes que ordenam a pessoa a si própria e exalta as que regulam a relação com os outros.

Quer isto dizer que se vive actualmente num vazio moral? Não. Existem, pelo contrário, aspectos em que a ética atingiu hoje níveis de elevação nunca antes imaginados. Nós vivemos no tempo que definiu os direitos humanos, que mais lutou contra o racismo e a discriminação e mais reduziu a pobreza e a tirania. Nunca, em qualquer época ou civilização, houve tanto esforço e empenhamento público e privado para criar justiça social, igualdade de direitos, harmonia e cooperação internacional. Com leis e organizações, esforços comunitários e pessoais, o nosso tempo conseguiu avançar muito na criação de uma sociedade justa e igualitária.

É verdade que continuam a existir corrupção, abusos, ditaduras, pobreza, roubos e morticínios. Mas esses factos, que sempre se verificaram, são hoje geralmente repudiados com um vigor e uma unanimidade nunca igualadas. Apesar de a opinião pública parecer tolerar crimes graves, como o aborto, temos de dizer que, em geral, avançou-se muito no campo da justiça. Aliás, do alto dessas realizações, o nosso tempo erigiu-se mesmo em juiz da História, e repudiou o seu passado porque nele existiu escravatura, colonialismo, discriminação das mulheres, miséria e desigualdade.

O nosso tempo confunde liberdade com falta de critério.

A nossa sociedade, muito exigente na ética relacional, desconhece simplesmente os critérios do comportamento pessoal. As teorias ecológicas e naturistas dos nossos dias até exaltam os instintos corporais. As consequências deste desequilíbrio são os múltiplos comportamentos insólitos, aberrantes ou simplesmente ridículos que vemos. E a profunda miséria moral que eles manifestam. O prazer substituiu a felicidade.

A extravagância, o exagero, o exibicionismo são hoje admirados e incentivados. Não há limites na ambição, no orgulho, na curiosidade. O suicídio e a eutanásia são aceites. A droga domina e o pudor é um conceito desconhecido. Perante o normal fascínio dos jovens pelo sexo, dizem-lhes que tudo é permitido, se evitarem a sida e a gravidez. Embebedar-se é brincadeira e comer com excesso é um feito. A família tem por finalidade apenas o prazer egoísta e, por isso, é instável e multiforme. Em certos casos, voltou-se mesmo ao paganismo mais boçal dos cultos báquicos.

O resultado está à vista. Vivemos na primeira civilização que busca ansiosamente a justiça mas se esqueceu da honra. E que, apesar de nadar em prazeres, não consegue ser feliz."

NDR: (peço licença ao autor do artigo, João César das Neves, pelo facto de me ter "apropriado" do título do seu artigo para epigrafar este post)

Mais uma Psico-Moção

PsicoConvidado, 10.10.07

ACHA QUE SABE TUDO?

Uma vaga noção de tudo e um conhecimento de nada…
Charles Dickens


I – Nota prévia
Esta proposta é da autoria do Psicolaranja, um blog* de debate e reflexão nascido em Setembro de 2006, fruto do companheirismo da Universidade de Verão do PSD, JSD e Instituto Sá Carneiro.

II – Ponto da situação
Ao contrário de toda a estrutura da JSD, nem todo o PSD dá importância à formação de quadros. Os diversos níveis da Jota – da CPN aos núcleos – entregam-se à aventura da aprendizagem, treino e aperfeiçoamento. No Partido, só a direcção nacional e raras excepções lhe reconhecem utilidade.
É natural que os jovens quadros sejam mais entusiastas da formação, mas esta faz igual falta entre os dirigentes do PSD. Ninguém sabe tudo e na escada do Conhecimento há sempre mais degraus a subir, mais desafios numa escalada incessante em direcção à Sabedoria.

III – Objectivos
Esta proposta serve para:
1 – Incentivar a contínua formação de quadros no PSD
2 – Promover a reflexão interna
3 – Aperfeiçoar a acção política ao serviço de Portugal

IV – Algumas propostas
A – Cada Comissão Política (Nacional, Regional, Distrital e de Secção) deve designar, de entre os membros eleitos, o seu Director de Formação, que trabalhará em ligação com os representantes da JSD, ASD, TSD e do Gabinete de Estudos.

B – Cada Comissão Política deve organizar pelo menos uma acção de formação por ano, de acordo com as necessidades formativas.

C – A Universidade de Verão, já em 5ª edição, adquiriu prestígio devido a uma organização dedicada, oradores de categoria e alunos empenhados. O sucesso deve-se também ao esforço organizativo de vários Secretários-Gerais do PSD (José Luís Arnaut, Miguel Relvas e Miguel Macedo), dos Presidentes da JSD Jorge Nuno Sá, Daniel Fangueiro e Pedro Rodrigues, e do Director desde a primeira hora, Carlos Coelho.
Este projecto incute nos jovens participantes os valores do companheirismo, do trabalho de grupo, do estudo e da reflexão. Confere aos participantes as armas da argumentação, espírito de equipa, pontualidade e rigor. Tudo temperado com os elevados princípios em que se fundam a nossa democracia e Partido.
A UV é o nosso mais rico património no que toca à formação; a sua realização anual deve ser assumida como prioridade das prioridades.

D – Na sequência da UV, criar pós-graduações (tal como a recentemente criada Universidade do Poder Local) em áreas específicas como associativismo, media-training, finanças locais, ambiente, cultura, liderança e gestão de equipas, planeamento do território, direcção de campanhas, etc

E – Na égide das Comissões Políticas Nacional, Regionais e Distritais devem ser constituídos grupos multi-temáticos de formação, disponíveis para correr o território, a convite das estruturas locais.

F – Publicação – no site do PSD – da lista com os conteúdos/módulos e as iniciativas agendadas, permitindo não só às estruturas saber que módulos podem “requisitar”, como aos militantes acompanharem os eventos.

G – Disponibilização online de vídeos das acções de formação mais relevantes realizadas pela CPN. À semelhança do que acontece com os debates sobre a Revisão do Programa do Partido seria extremamente importante permitir a visualização destas acções por todos os militantes.
Transmissão em vídeo online, não só de acções nacionais mas também de acções distritais e/ou de secção em que haja condições para o fazer.

H – Publicação (no site do PSD) de um manual de formação política de “nível zero”, ou boas-vindas.

I – Elaboração do kit militante: um CD com o programa do partido, os estatutos, pequena abordagem histórica, galeria de imagens, bibliografia alusiva ao PSD, textos de antigos líderes, etc.

V – Conclusão
Todos os Congressos aprovamos dezenas de Propostas que “morrem” no dia seguinte. Diz a História que aprová-las é pouco: mais importante é torná-las realidade. Isso todos podemos fazê-lo junto das nossas estruturas locais. Basta Vontade!

* http://psicolaranja.blogspot.com/. Autores da proposta: Adriana Neves, Bruno Ribeiro, Inês Aguiar Branco, Inês Rocheta Cassiano, Lisete Rodrigues, José Baptista, José Pedro Salgado, Luís Sardinha, Magda Borges, Margarida Balseiro Lopes, Marta Rocha, Nélson Faria, Paulo Colaço, Rita Nave Pedro, Sandra Pimentel, Tânia Martins.

A Hora do Camaleão

Paulo Colaço, 09.10.07


Um artigo de Inês Aguiar Branco


Resolvi durante os últimos meses fazer uma retirada estratégica, primeiro para preparar os exames nacionais, minha primeira prioridade, mas depois porque o rumo que as coisas levavam, o que fui vendo, lendo e ouvindo, sobretudo a militantes do PSD me deixou profundamente triste e descrente na politica.

Essa foi aliás a razão porque decidi não consumar a minha inscrição como militante da JSD e manter-me independente.
Apoiei convictamente a recandidatura do Dr. Marques Mendes a líder do PSD e nem por isso ninguém me ouviu dizer ou escrever o que quer que fosse contra o Dr. Luís Filipe Menezes.

Sei, porque é fatal como o destino, que daqui até ao próximo fim de semana, à medida que se for aproximando a data do congresso, é chegada a hora do camaleão. Muitos dos principais críticos do actual líder vão passar a idolatra-lo com total e completo despudor…

Não é essa a minha forma de estar na vida o que não significa que não deseje que tudo corra o melhor possível ao PSD, para bem de Portugal que precisa de um PSD forte e credível.

Se acredito? Não, mas como sou democrata dou, naturalmente, o beneficio da duvida a quem ganhou.

Não vou andar por aí, fazendo obstrução sistemática como alguns num passado recente, mas estarei atenta e voltarei um dia quando e se entender que vota a valer a pena.

Viva a UV, os amigos que lá fiz e o magnifico reitor com quem tanto aprendi.

Até sempre.

O Direito vai torto

Paulo Colaço, 08.10.07

 

Um artigo de Sandra Pimentel

 

Nem só dos novos prazos de prisão preventiva se faz a polémica à volta da grande reforma penal.

Em causa está o novo artigo 30º do Código Penal, que no n.º 3, agora introduzido, dispõe o seguinte:

“3. O disposto no número anterior não abrange os crimes praticados contra bens eminentemente pessoais, salvo tratando-se da mesma vítima.”

Este artigo trata a figura do crime continuado, que segundo a mesma norma, consiste na “realização plúrima do mesmo crime ou de vários tipos de crime que fundamentalmente protejam o mesmo bem jurídico, executada por forma essencialmente homogénea e no quadro da solicitação de uma mesma situação exterior que diminua consideravelmente a culpa do agente.”

O crime contra bens jurídicos pessoais é, por exemplo, um crime sexual. Neste caso, a prática de um crime de violação reiteradamente e repetidamente contra a mesma pessoa, é julgado como um só crime, ao contrário do que se aplicava anteriormente, em que cada violação correspondia a um crime.

Cabe-nos perguntar quem introduziu este n.º 3 ao artigo 30º e porquê.

As implicações que esta norma trará a processos mediáticos como o da Casa Pia fazem levantar suspeitas muito tenebrosas à volta da reforma penal em geral, e desta norma em particular.

Claro que tudo deve ser analisado casuísticamente, mas se atentarmos a uma regra fundamental na aplicação das penas que é a da norma penal mais favorável, signifcando que existe uma imposição constitucional clara no que respeita à retroactividade ou não na aplicação das normas penais, no mínimo, cabe à sociedade civil uma reflexão profunda.
Mais, sobre o silêncio do Governo e dos demais responsáveis políticos sobre o assunto.