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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Autárquicas: as 'leituras nacionais'

Miguel Nunes Silva, 30.09.13

Muito se tem dito sobre o que significam estas autárquicas e em especial do lado da oposição, a narrativa é consensual em fazer leituras anti-governo dos maus resultados locais do PSD.

 

O problema é que como sempre, estas leituras não passam de aproveitamento político e demagogia do mais baixo nível:

 

 

Os Palhaços

 

Veja-se os palhaços do Bloco, que saltam todos contentes para celebrar a derrota do PSD reclamando que os 'eleitores puniram a política de austeridade'.

Mas então e ilações NACIONAIS das derrotas do Bloco de Esquerda? Não há?...

Se não votar no PSD é um voto contra a austeridade, então seguramente e pela mesma lógica não votar no Bloco é um voto a favor da política de austeridade...

Resumindo e concluindo, o Bloco é demagógico e hipócrita, desinforma e burla os Portugueses.

 

 

Os Burlões

 

Depois temos o PS que diz mais ou menos a mesma coisa. Os socialistas sempre têm alguma coerência porque pelo menos podem reclamar uma vitória contra o partido do governo. Mais ainda, no PS há precedentes para a retirada de ilações com base em derrotas autárquicas, como foi o caso do 2º governo Guterres.

Mas se os Portugueses votaram contra a política de austeridade, porque não penalizaram também o CDS-PP, o partido cujo líder está pessoalmente encarregado de negociar com a Troika?...

 

A verdade é um pouco mais complicada.

O PSD perdeu porque foi a eleições dividido. Isto aconteceu no Porto, Gaia, Oeiras e em vários outros municípios. Pior um pouco para a narrativa popularucha do PS, vários dos vencedores ditos 'independentes' eram de direita. Pior ainda é que a eleição de Rui Moreira é precisamente um voto contra o tipo de política de subsídios e despesismo, que Menezes teria trazido para o Porto, e como tal claramente tudo menos uma rejeição da austeridade...

 

Porque ganhou o PS Gaia, Sintra e poderia ter ganho Matosinhos?

Simplesmente porque as cidades dormitório de Lisboa e Porto são precisamente as zonas aonde se acumula a população pendular de trabalhadores das grandes áreas metropolitanas e é o tipo de autarquia que responde bem a promessas de despesismo público. É nestes municípios que o desemprego tem mais impacto e é por consequência aqui que uma política despesista governamental mais seria benéfica.

Claro está que as dificuldades destas cidades são as dificuldades nacionais e que as autarquias podem fazer pouco para dinamizar zonas que estão dependentes do crescimento do país e das áreas metropolitanas aonde se encontram. MAS isto nunca será dito aos eleitores.

 

Aliás, uma das primeiras comunicações do PS Gaia foi bem clara:  a primeira medida será começar a reivindicar mais fundos do governo...
O PS faz a nível local o que faz a nível nacional, fazer promessas com o dinheiro dos outros. Mérito próprio e planos de desenvolvimento local = Zero. 

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