Lisboa, Chiado e os Incêndios
Primeiro no que toca à grande celebração do Incêndio no Chiado - não foi uma festa, o incêndio foi uma tragédia e deveria ser retratado como tal. Da forma como ACosta fala, parece que foi o único responsável pelo Chiado pós incêndio. Com tanta coisa que o nosso candidato a mais um mandato poderia celebrar, decide fazer de uma Baixa em destroços em plena época turística uma grande conquista e dum incêndio devastador, um momento histórico.
Depois, pior foi ter concentrado os Bombeiros de Lisboa num simulacro, quando estariam a servir muito melhor a cidade, ajudando os seus colegas de outras regiões a salvar vidas e a salvar a nossa terra de ficar negra. E ainda por cima, António Costa sai-se com a bela constatação que Lisboa hoje resistiria melhor a um incêndio. Até acredito que se analisarmos as tecnologias e equipamentos hoje ao dispor, a conclusão poderá ser a mesma. Mas não nos esqueçamos que a capital está cheia de edifícios devolutos, então na zona da Baixa, que há 25 anos era mais habitada que hoje.
E para rematar, houve quem criticasse o reconhecimento feito por Cavaco Silva a António Borges, referindo que os pobres dos bombeiros que partiram nesta época não tiveram direito a tais honras. O que não corresponde à verdade, tendo em conta que o Presidente contactou as famílias para dar os seus pêsames.
De facto, acho curioso que os portugueses só prestem atenção a estas questões na altura dos incêndios e quando o mal já se deu. Quantos portugueses prestam homenagem aos bombeiros das suas regiões com donativos? Com honras durante o ano? É que parece que os bombeiros só têm valor quando estamos no verão e o espaço de cada um é ameaçado. Pois.