Beja: não passou de um sonho
Para os socialistas, que acham que o dinheiro (dos outros) nunca se acaba, a ideia, que aliás já vinha desde Guterres, era simples e brilhante, garantindo até a vitória nas autárquicas ao PS, que roubou o município ao domínio comunista.
Só que a torneira fechou-se e sem infra-estruturas que garantam a viabilidade de grandes projectos turísticos, o desenvolvimento da zona ainda espera um boom.
É curioso que conversei sobre o tema com um velho amigo - coincidindo as nossas ideias com excertos de uma reportagem hoje no Público.
De facto não há muitos fundos para se acabar o projecto e promover investimentos megalómanos, mas já que o aeroporto de Beja se encontra em funcionamento - deteriorando-se com o tempo, sem movimento para conseguir uma retoma do investimento na sua construção - seria de bom tom pelo menos criar condições, nomeadamente através de uma boa via rodoviária, para um aumento da dinâmica turística e quiçá hipótese de pólos industriais na região.
Só assim, a Ryanair e outras companhias de aviação terão justificação para promover voos e justificar um aeroporto que nos custou cerca de 40 milhões de euros.
E sim, o Governo poupou 330 milhões com a paragem das obras da A26 - a auto-estrada que deveria ligar Sines a Beja - mas não parece fazer muito sentido investir na ligação de outros troços da mesma, sem garantir que a cidade de Beja também fica servida. A renegociação do contrato traduziu-se, entre outras medidas, na retirada da subconcessão e suspensão dos trabalhos de construção dos lanços da A26 entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja.
Através do acordo, só serão retomadas e concluídas as obras dos lanços entre Sines e Santo André, entre Sines e Santiago do Cacém e entre o nó de Grândola Sul da A2 e Santa Margarida do Sado. E Beja??
Pois. Cortar por cortar, não.