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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Beja: não passou de um sonho

Essi Silva, 21.08.13
Uma das grandes promessas de José Sócrates consistia na renovação do triângulo alentejano, com um forte investimento no sector turístico, nomeadamente no Alqueva. Na pseudo-auto-estrada que ligaria a região ao Litoral. É assim, também, que nasce o aeroporto de Beja.

Para os socialistas, que acham que o dinheiro (dos outros) nunca se acaba, a ideia, que aliás já vinha desde Guterres, era simples e brilhante, garantindo até a vitória nas autárquicas ao PS, que roubou o município ao domínio comunista.

Só que a torneira fechou-se e sem infra-estruturas que garantam a viabilidade de grandes projectos turísticos, o desenvolvimento da zona ainda espera um boom.

É curioso que conversei sobre o tema com um velho amigo - coincidindo as nossas ideias com excertos de uma reportagem hoje no Público.

De facto não há muitos fundos para se acabar o projecto e promover investimentos megalómanos, mas já que o aeroporto de Beja se encontra em funcionamento - deteriorando-se com o tempo, sem movimento para conseguir uma retoma do investimento na sua construção - seria de bom tom pelo menos criar condições, nomeadamente através de uma boa via rodoviária, para um aumento da dinâmica turística e quiçá hipótese de pólos industriais na região.

Só assim, a Ryanair e outras companhias de aviação terão justificação para promover voos e justificar um aeroporto que nos custou cerca de 40 milhões de euros.

E sim, o Governo poupou 330 milhões com a paragem das obras da A26 - a auto-estrada que deveria ligar Sines a Beja - mas não parece fazer muito sentido investir na ligação de outros troços da mesma, sem garantir que a cidade de Beja também fica servida. A renegociação do contrato traduziu-se, entre outras medidas, na retirada da subconcessão e suspensão dos trabalhos de construção dos lanços da A26 entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja.

Através do acordo, só serão retomadas e concluídas as obras dos lanços entre Sines e Santo André, entre Sines e Santiago do Cacém e entre o nó de Grândola Sul da A2 e Santa Margarida do Sado. E Beja??

Pois. Cortar por cortar, não.

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