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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Verdadeiros Homens do Norte face ao centralismo governativo

Hugo Carneiro, 30.12.12

 

Nos últimos meses têm vindo a agravar-se as evidências de um «centralismo» bacoco face ao Norte e ao Porto. Os exemplos são inúmeros, realçando-se a questão da APDL, do tratamento desigual dado aos terrenos do aeroposto do Porto, dos quais o Município do Porto é proprietário e não foi ainda compensado como em Lisboa, da ausência de QREN para projectos essenciais como o Bolhão - que neste caso até motivou que alguns deputados do CDS (e a custo do PSD) promovessem uma recomendação ao governo -, da Casa da Música, do desmantelamento progressivo do centro de produção da RTP no Norte, da desconsideração das propostas da Junta Metropolitana no caso da ANA, da ausência de solução para a Porto Vivo, SRU, em que o Estado continua a não cumprir a parte a que está obrigado, a quebra do acordo do IHRU com a CMP, entre outros.

 

Tem sido natural, sempre que o país vive uma aflição financeira, o centralismo passar a ser uma marca da governação. Mas este caso nasce com laivos particulares que se impõe questionar.

Ao mesmo tempo que tudo isto vai sucedendo, vemos apontamentos e preocupações de certos ministros ou secretários de Estado com alguns dos seus amigos no norte, promovendo campanhas ou projectos cujo interesse, perante todos aqueles referidos, é parco, fraco ou inexistente.

Isto leva-me a pensar, ou pelo menos a assumir esse direito de questionar, se a governação que se vai fazendo não é motivada mais por interesses partidários e eleitoralistas, do que outros de índole mais pura e ao serviço do interesse público.

 

Rui Rio, Silva Peneda, Rui Moreira e Paulo Rangel têm sido as vozes que se têm feito ouvir. A estes juntam-se outras pessoas de outros quadrantes.

Em tempo alertei uma certa "estrutura partidária" para a necessidade de olhar estes temas, em vez de promoverem outro tipo de filmes. Desconsideraram ou ignoraram e o desfile centralista foi progredindo.

 

Isto leva-me a concluir que apenas com uma sociedade civil forte e esclarecida, se os partidos não se mostrarem capazes para esse desiderato, pode de facto conseguir defender-se não só o Norte, mas todo o país "fora de Lisboa" que assiste a esta política de destruição da coesão nacional e do território.

 

Esperemos que o governo saiba ouvir e corrigir...

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