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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

O Triplo Embaraço de François Hollande

Miguel Nunes Silva, 30.12.12

 

 

Eu não gostaria de ser François Hollande por estes dias já que a lei mais emblemática que se propôs passar (taxação a 75% sobre as grandes fortunas) acaba de ser declarada inconstitucional pela Justiça Francesa.

 

Hollande sai mal e muito mal de toda a polémica: 

 

1 - Todos disseram que tal lei iria provocar uma fuga de capitais; a esquerda teimou que não; viu-se...

 

2 - Hollande chegava como arauto da anti-austeridade; em França não teve alternativa se não fazer cortes e na Europa, aonde ele iria trazer solidariedade quando Sarkozy e Merkel apenas traziam austeridade, aquilo que se verifica é que Merkel é hoje mais popular que nunca, a política de austeridade continuou (os bolsos que a pagam não são Franceses) malograda a tentativa latina de lobby pela França, Espanha e Itália, e os novos poderes do BCE aumentam a discreção Alemã sobre política fiscal.

 

3 - Hollande era também um euro-federalista sendo a Europa um ideal de unidade pelo qual lutar mas todo este episódio mostrou que na realidade para a França a Europa pode ser tanto uma oportunidade como um risco: influência de países mais fortes nas decisões tomadas, competição no mercado comum de economias mais dinâmicas que a Francesa.

 

As esquerdas são isto: muita promessa para no final restar apenas a vergonha e a desilusão. Bem vindo ao planeta Terra Sr. Hollande.

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