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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Até já

Rui C Pinto, 08.10.12

Há dois anos a vida era outra. Os jovens à rasca saiam à rua para desmentir a fantasia cor-de-rosa de José Sócrates que se fazia de Parque Escolar, auto-estradas e TGV. O PSD era outro. Os conservadores deram lugar aos populistas permitindo a mudança do ciclo político. De caminho reelegeu-se o Presidente da República. A primavera árabe chamou a nossa atenção para o norte de áfrica e a Noruega fez-nos estremecer. O mundo mudou, Portugal também. E, no entanto, a quem olhe para trás, fica a sensação de que nada mudou. Portugal está dormente. Dormente por acção da crise, desemprego, impostos, dívida, protestos, manifestações. A política e a economia não são capazes de responder, em tempo útil, à emergência de vidas destruídas e espectativas frustradas. 

 

O tempo político que nos espera é infértil. A incapacidade dos partidos da oposição capitalizarem o descontentamento geral levou o povo às ruas. E é a rua que hoje negoceia orçamentos com o Governo. Demos alguns passos em direcção à Grécia. E continuaremos a dá-los enquanto os intervenientes do tabuleiro político não perceberem que até os peões são essenciais ao equilíbrio e estabilidade social.

 

Os tempos são conturbados e a noção do tempo desvanece-se no conflito. O tempo, no entanto, passa. E dois anos depois, um ano e meio volvidos da eleição do actual governo, continua a não existir uma alternativa política credível de esquerda. Enquanto ela não surge, seja por timing ou estratégia, o PSD vai agonizando, destituído da sua base de apoio que é, e sempre foi, a classe média. 

 

O mundo mudou muito em dois anos. E mudámos todos com ele assim tenhamos tempo de nos confrontarmos ao espelho. A mudança não pode deixar-nos indiferentes, assim tomemos os nossos actos como relevantes. Por isso, encerro hoje um ciclo de dois anos em que expus e debati ideias no Psicolaranja, um blog de liberdade, de debate, confronto e confluência de ideias. Foram dois anos intensos que recordarei com saudade. Levo comigo muitas memórias e a amizade de muitos psicóticos e psicoamigos. Um património em que me alimentarei para responder aos novos desafios que raiam no horizonte. A todos os que comigo trilharam este caminho, autores, leitores e comentadores, obrigado e até já!

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