2013
Paulo Portas tem, no Sábado, uma difícil escolha política. Ou toma como suas as medidas apresentadas para o Orçamento de Estado de 2013 e assume a união do governo na aplicação das mesmas, eu então propõe-se atenuar o pacote de austeridade retirando dividendos políticos óbvios, que fragilizariam a posição de Passos/Gaspar, quem sabe obrigando à saída de cena do ministro das finanças numa remodelação que se espera aconteça até ao final do ano.
Gaspar admitiu, hoje, no Parlamento, que as medidas poderão ser atenuadas. No CDS já se pedem alterações às medidas. Hoje, Manuela Ferreira Leite reduziu a janela de oportunidade de Paulo Portas. Deixou antever que se o Orçamento não for questionado pelo CDS deverá sê-lo pelos deputados do PSD.
A medida central que tem merecido contestação uníssona de sindicatos, patrões e todos os partidos é a mexida na TSU. Ora, por 500 milhões de euros, o governo arrisca todo o seu capital político junto da sua base eleitoral. É incompreensível. A medida, de uma gravidade tremenda para a classe média é depois acompanhada por um pós-anúncio de uma imbecilidade que sou incapaz de compreender.
Se estas medidas forem por diante, como muito bem disse Manuela Ferreira Leite, em 2013 seremos a Grécia. E tal como na Grécia, o país mergulhará numa crise social e política que obrigará a um governo de unidade nacional, liderado por uma personalidade insuspeita da política nacional. Deixo uma sugestão.