De vitória em vitória, até à derrota...
É típico estes dias vermos muito encorajamento à derrota de Bashar al-Assad na Síria. Vale a pena recordar a esses 'peritos' que Israel - provavelmente a nação mais paranóica à face da Terra - não segue a linha da Europa ou de Washington nesse encorajamento. Os Israelitas sabem bem que os montes Golã foram a fronteira mais estável que tiveram nas últimas décadas e sabem também que Assad é, ao contrário dos ayatollahs de Teerão, um estadista racional. NÓS sabemos que Israel foi um dos poucos aliados Americanos que teve a coragem de alertar contra a invasão do Iraque.
Neste artigo de Richard Haass os factos são mais claramente expostos:
"(...) os apelos aos Estados Unidos e a outros países, que têm interesse e influência na região, em defenderem a democracia e os direitos humanos colidiram com as preocupações relacionadas com o queos interesses da segurança nacional irão sofrer, caso os regimes autoritários pró-ocidentais sejam expulsos."
"(...) armar a oposição não está isento de desvantagens. Correm o risco de alimentar uma guerra civil e de encorajar os regimes leais a firmarem-se. Além disso, as armas fornecidas para lutar contra o regime serão utilizadas nos tumultos, para combaterem uns contra os outros, se e quando o regime for removido, tornando o rescaldo na Síria muito mais violento."
Anseio pelo dia em que as nossas elites decidam fazer dos interesses do Estado e dos Portugueses uma prioridade maior que os seus precoceitos ideológicos.
Não se pode dizer que a Síria seja um regime aliado do ocidente que valha a pena salvar, mas tal como no caso da Líbia, pergunto-me se a mísera Síria vale a pena como centro das atenções do ocidente quando parece ser bem mais vital para a Rússia e China, quando o Irão é a principal preocupação do ocidente e quando todos nós estamos em dificuldades económicas.
E estes são os nossos aliados...