De Relvas às Juventudes partidárias
Chegam-me imagens de uma manifestação pedindo a demissão de Miguel Relvas. Uma manifestação absurda, mas que contribui para mais uma humilhação pública do ministro. Horas depois de ser ridicularizado por Alberto João Jardim. Uma conclusão salta à vista de todos: os longos anos de experiência na vida política e partidária ensinaram pouco a Miguel Relvas e as equivalências foram-lhe creditadas erradamente. Um ministro que se permite chegar a um ponto de desautorização, que assume carácter de humilhação pública, não pode perceber nada de política. A sua resistência foi, no início da semana passada, um sinal de imprudência. Hoje, já nada lhe resta senão resistir porque já não há uma saída digna da situação.
Esta é uma daquelas situações, para usar da metáfora de Pedro Passos Coelho, em que se atira porcaria na ventoinha... O resultado é evidente. Surpreendeu-me, por isso, que o Duarte Marques, presidente da JSD, e o Pedro Alves, secretário geral da JS, se lançassem tão prontamente para a frente da ventoinha. O primeiro conseguiu chamar a si, no dia informativo de ontem, a precariedade política do ministro com uma tentativa de defesa tão arrojada que soa a desespero. O segundo, respondeu hoje ao arrojo do Duarte, comprometendo-se mais do que se estivesse calado. Ao fim do dia, ninguém ficou bem na fotografia, porque, como dizia, quem passa em frente a esta ventoinha...