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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

PSD: um partido em autogestão

Beatriz Ferreira, 24.03.12

No Congresso do PSD estava agendada a revisão dos seus estatutos através da apresentação de propostas de alteração que reunissem 100 subscrições de delegados a esta mesma reunião magna.


Reunidas estas condições e apresentado o guião de votação dos artigos (estavam previstas 110 votações), os autores das propostas viram-se a braços com mais um inesperado desafio: 3/5 da sala teria de aprovar a moção na generalidade e só depois é que a proposta seria discutida na especialidade.

 

 

Com este acontecimento que tem a particularidade de não constar nos regulamentos do Congresso,as pessoas que pensaram sobre o assunto, que reuniram as 100 subscrições e escreveram as suas ideias em formato de artigos, viram o seu trabalho ser desvalorizado. Inclusive a proposta do PSD Distrital de Lisboa, que se previa ser a mais profunda e radical, mas também a mais extensa, foi retirada pelos autores que provavelmente não se quiseram sujeitar a este jogo. O companheiro Paulo Ribeiro que com esforço recolheu as assinaturas e levou a proposta a congresso, teve-a chumbada por não estarem reunidas as novas condições. Vergonhoso ainda foi o desrespeito pela estrutura e trabalho da JSD, como a Essi explicou, mas mais ainda, pela própria democracia do acto.

 

Num momento que se esperava ser de acalmia partidária, em que o PSD poderia reforçar a sua posição política de forma a suportar o difícil trabalho do Governo, Pedro Passos Coelho é eleito Presidente do Partido no entanto deixando-o órfão de um verdadeiro líder por estar a assumir responsabilidades mais elevadas enquanto Primeiro-ministro. Quando neste Congresso se poderia inovar o documento mais importante da estrutura, longe de guerrilhas das fações que assombram sempre as eleições, ficou-se pelas polémicas e pelas meias reformas que a todos nos envergonham. É pena que Passos Coelho não queira dinamizar internamente o ambiente como quer que aconteça no resto país.

 

O PSD é oficialmente um partido em autogestão e em rota de colisão contra os seus próprios princípios.

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