Terror+ismo
1. | prática de actos violentos (assassinatos, raptos, colocação de bombas, etc.) contra um governo, uma classe dominante ou pessoas desconhecidas, com o objectivo de fazer impor determinados objectivos, geralmente políticos |
2. | figurado sistema de governo que utiliza o terror e medidas violentas |
Anders Behring Breivik. Ayman Al-Zawahiri. Germaine Lindsay. Mohammad Sidique Khan. Luttif Afif. Osama Bin Laden. Josefa Ernaga. Nordine Amrani.
Muitos outros nomes poderiam ser acrescentados a esta lista. Poucos destes são conhecidos pelo público, que também desconhece qual foi a pena aplicada aos sobreviventes dos vários ataques que perpetraram. Alguns nunca foram julgados. Outros nunca chegaram a ser capturados ou identificados.
O conceito de terrorismo é interpretado de forma diferente por todo o mundo. É também de forma diferente que o mundo reage ao terror sofrido por cada nação, sociedade, pelas famílias.
As terríveis explosões em Madrid de 2004, afectaram-me de forma substancialmente diferente em comparação com o crime horrendo perpetrado por Breivik na Noruega.
São ambos horríveis, mas com alvos diferentes e motivações distintas. Madrid foi terrorismo sem faces nem identidades definidas, Utøya levou a face de Breivik aos jornais do mundo. Liège, independentemente das motivações políticas ou de guerrilha, também espalhou o terror. E isso para mim é terror-ismo.
Nova Iorque. Londres. Madrid. Oslo. Liège. Todas estas cidades, todas as vítimas, até ao bebé de 17 meses que faleceu devido à loucura de um homem num país tão indiferente como a Bélgica, obrigam-nos a reflectir se amanhã, numa paragem de autocarro/metro/comboio, a irmos para o trabalho, para casa, no emprego, em nossa própria casa, nas compras de Natal, não surgirá alguém que acabe com a nossa paz, com a nossa vida, e deixe em luto não só um país, como as nossas famílias, os nossos mais-que-tudo.
É difícil procurar soluções que evitem o terror de não sabermos se vamos chegar a casa no fim do dia. O terrorismo não é um aneurisma, um enfarte, um AVC, que bate à porta de súbito e pouco ou nada se pode fazer para prever e evitar. É algo grave, cuja tendência temos de contrariar.
Leis penais mais punitivas? Maior controlo de materiais usados para bombas? Maior controlo do mercado de armamento, legal e ilegal? Maior supervisão nos casos de migração? (embora esta última não solucione o terrorismo interno)
O que é, para vós, preciso para parar esta tendência? Estará Portugal livre de uma bomba de terror?