Coligação!
Hoje somos governados por uma coligação. Sim. Leu bem. Coligação de dois partidos. Dois partidos de Centro-Direita, que desde há muitos anos se entendem quer a nível governamental, quer a nível local em inúmeras câmaras do país. Uma receita que se tem verificado positiva para as populações. Em primeiro lugar tem sido sempre garante de estabilidade, em segundo garante na maior parte das vezes de competência.
Porém, no momento que Portugal atravessa assistimos a pequenas alterações que não nos podem ficar indiferentes. Paulo Portas foi Ministro da Defesa de Durão Barroso e Santana Lopes. Teve um comportamento exemplar e com a sua pose de estado não comprometeu a coligação. A sintonia era notória e a solidariedade evidente.
Hoje, como diria o ex-Primeiro-Ministro, o mundo mudou. E Portas, é actualmente o líder partidário com mais anos de poder. Permite-lhe desde logo uma notoriedade maior e uma experiência inequívoca, para perceber que também mudou.
Só os burros não mudam, costuma-se dizer. Hoje temos uma coligação diria que...sui generis. Assisti a uma constituição de governo com claras mais valias para o CDS do que para o PSD. Bem sei que não é tempo de contar espingardas, que devemos querer é trabalhar para ajudar o País.
Sei isso tudo e concordo. Mas aqui vai apenas e só uma análise política e sobretudo dizer o que oiço por aí e de muita gente. Basta olhar para a constituição do Governo, vemos que o trabalho político do CDS foi bem feito. Desde logo pela “libertação” de Paulo Portas das medidas difíceis. Sabe tão bem estar em Londres numa feira de promoção com bandeirinha na lapela, quando o comparsa de Governo anuncia mais um corte nos funcionários públicos. E se sabe bem. Sabe tão bem olhar para o parceiro cada vez mais velho, e andar a passear pelas ruas de Nova Iorque, a conhecer delegações nas Nações Unidas. Mas e a Líbia? E o perigo que correu dirão uns? Mas e Portas não escapa a tudo? Não foi feiras e submarinos? Certamente que o ambiente não será hostil e a experiência que teve em S. Julião da Barra dá mais que bagagem para qualquer situação adversa. E digo aqui, Portas escolheu inteligentemente os seus Ministros. Assunção Cristas e Pedro Mota Soares, novos, com força e vontade e trabalhadores. Que imagem que passa.
Mas, não só de encontros e desencontros de faz esta coligação. Permite ainda Portas, Assunção e Mota irem à Madeira comparar o PSD, sim voltou a ler bem o PSD da Madeira ao PS de José Sócrates. Epa, mas isso na Madeira, não tem nada a ver. A sério? E virão os resultados? E virão para onde foi o score perdido por Jardim? Pois.
Mas continuamos por aí fora. Continuamos com o Presidente do Conselho Nacional do CDS a criticar o Presidente da República. Continuamos com esta nova e brilhante acção de fiscalização das promessas eleitorais e do programa do Governo que o Grupo Parlamentar do CDS avançou. Continuamos por aí fora, cheios de iniciativas interessantes. Até o próprio "descontentamento" do CDS com Álvaro Santos Pereira, pasta que cabia na perfeição a Lobo Xavier e Pires de Lima.
A culpa não está no CDS. Eles fazem o seu trabalho e fazem por experiência e por uma diferença: Os olhos de Portas para Barroso e Santana não são os mesmos com que encara Passos Coelho.