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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Quer um transplante? Espere um bocado que o Estado já decide se lho pode pagar ou não.

Essi Silva, 28.09.11

 

Entendo que o nosso sistema de saúde precise de cortes e de novas formas de financiamento. Entendo que isso deve ser feito não só à custa de alguns utentes mas também à custa do staff dos hospitais, especialmente do administrativo. Temos demasiados administradores, muitas vezes sem resultados práticos.

 

Infelizmente serão feitos cortes que poderão custar muitas, muitas vidas.

 

O Curry Cabral, é um hospital que conheço, infelizmente, relativamente bem. É um dos maiores centros ibéricos de transplantes hepáticos e um dos maiores a nível europeu. Outro realce, é que o hospital ocupa um lugar de destaque no transplante renal, sendo um dos centros portgueses de referência no que diz respeito aos transplantes reno-pancreáticos.

 

Sim, as urgências do Curry Cabral não são as melhores, com médicos se calhar não tão qualificados (para o efeito) como deveriam. Porém, em Agosto, o Governo decidiu cortar para metade os incentivos para a realização de transplantes, com efeitos retroactivos desde o início do ano.

O problema é que para além do Curry Cabral ser bom no que toca aos transplantes, é também um exemplo de serviço aos utentes: informação não falta e organização também não.

 

Agora, tudo irá por água abaixo: o financiamento foi reduzido, ainda por cima com retroactivos, e a supremacia na área de transplantes e nefrologia acabará; a administração que promovia um dos melhores serviços ao utente demitiu-se.

 

A questão é tão simples como esta - poderemos condenar pessoas doentes à morte para salvar as saudáveis? Deveremos acabar com os mais fracos de modo a garantir a sobrevivência dos mais fortes? Será imperativamente necessário reduzir o financiamento ao Curry Cabral?

 

 

2 comentários

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    Essi Silva 29.09.2011

    Jorge, pertences a que centro de saúde?
    P. ex?

    Existem centros de saúde no nosso país que não conseguem absorver os utentes em relação aos médicos.
    E hospitais nos quais estes (médicos) são tão poucos que os que existem teriam de trabalhar 28 horas por dia para conseguirem atender todos os utentes, muitas vezes em serviços de especialidade.

    Mais do que recursos materiais, nós temos falta de recursos humanos no sector público. Se quiseres mudar de médico de saúde no Lumiar, por achares que não é bom, corres o risco de ficar sem assistência durante anos.

    Sim Jorge, temos um problema de recursos humanos no serviço público.
    Dizem-me os utentes e dizem-me os administradores dos serviços públicos e até os próprios médicos.
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