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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Ministros à lupa de MRS

Paulo Colaço, 27.09.11

Pelos 100 dias de Governação, o jornal i pergunta a Marcelo Rebelo de Sousa o que acha da actuação dos Ministros. E Marcelo responde.

 

 

Primeiro-ministro...

Até agora sóbrio, mas correspondendo às expectativas e revelando até agora uma boa forma física e psíquica que em tempo de crise é notável.

 

Vítor Gaspar...

A melhorar e mantendo uma grande serenidade e uma grande calma, que é importante se o discurso conseguir ser persuasivo.

 

Paulo Portas?

O mais político de todos os políticos do governo.

 

Mais político que Passos Coelho?

Mais experiente governativamente que Passos Coelho e gerindo a intervenção e o silêncio com inteligência.

 

Miguel Relvas?

Começou muito partidário e muito com o culto da imagem e com a preocupação de revolucionar o poder local. Penso que com o tempo vai perceber que tem de moderar esse perfil. O grande problema que tem não é tanto culpa sua: é que falta ali um ministro da Presidência que seja verdadeiramente ministro da Presidência com ascendente em matérias de governo. Ele tem tentado, mas não tem o perfil adequado para o efeito.

 

Paulo Macedo?

Arrancou muito bem, criou grandes expectativas. É um dos ministros que vão ter a fase seguinte mais difícil. É o salto do técnico para o político. E há ali questões políticas muito difíceis. Tecnicamente, mostrou, de uma óptica essencialmente financista, que era capaz de explicar o que queria fazer. Com uns pequenos lapsos, mas que foram sobretudo lapsos. Agora o salto para o político é que vai ser o desafio dos próximos tempos.

 

Aguiar-Branco?

Acho que tem tido um percurso praticamente sem uma falha. Ou melhor: com uma única falha, que foi aquele discurso no Dia do Exército. Se não fosse o ataque ao governo anterior numa cerimónia militar, diria que era uma folha limpa. Excepto o problema de saber o que fazer a um número imenso de promovidos a quem não há dinheiro para pagar.

 

Pedro Mota Soares?

Tem sido um bom ministro. Tem feito coisas inteligentes e explicado de uma maneira muito compreensível. Dir-se-á que o que tem feito era fácil de fazer. Mas tem feito.

 

Assunção Cristas...

Teve ali umas intervenções iniciais como a da gravata e a da temperatura que não lembram propriamente ao careca. Mas tem sido muito low profile na gestão do cargo, o que eu percebo porque o seu perfil não dá nada para aquele cargo.

 

Miguel Macedo...

Perfil baixo, intervenções seguras, sensatas. Tem confirmado a impressão que tinha deixado como líder parlamentar. Não é um perfil muito alto, mas não comete erros. E ouve a opinião de quem deve ouvir e se ouvir de vez em quando a opinião de Marques Mendes faz muito bem.

 

Paula Teixeira da Cruz?

Muito discreta, o que é uma forma muito inteligente de reagir aos anticorpos que o seu feitio impetuoso geraria. Começa a aparecer com as primeiras medidas, que suscitam reacções. Mas é cedo para formar um juízo porque o que tem vindo a público de mais substancial é o que está no acordo da troika, nomeadamente em matéria de reformas orgânicas.

 

Álvaro Santos Pereira?

Tinha uma missão difícil, porque era uma pessoa que estava longe do país há muito tempo. Embora isso dê um poder analítico mais distante e mais isento, também faz com que não se perceba muito a reacção do quotidiano nacional. Tem um ministério impossível e portanto ainda é cedo para fazer um juízo sobre se é capaz de agarrar aquele ministério e se é capaz de agarrar a realidade nacional. Está cheio de vontade e está cheio de boa intenção. Mas como é que é que ele vai fazer esse salto do Canadá para Portugal é uma relativa incógnita.

 

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