JSD quase nacionalista?
No contexto da excessiva contratação de atletas estrangeiros por parte de equipas nacionais, foi lançada pela JSD no dia 18 de Agosto uma petição que reclama a “Afirmação e Valorização do Jovem Atleta Português”. Equipas desportivas de diversas modalidades chegam a participar em competições quase sem atletas nacionais, o que “prejudica a evolução e a afirmação do potencial dos jovens atletas” e não valoriza o trabalho realizado dentro de fronteiras. Realçam ainda a questão do futebol como sendo a mais preocupante considerando que “na época 2010/2011, aumentou o número de estrangeiros na I Liga (42% portugueses) (58% estrangeiros) ”.
Assinei esta petição porque compreendo a intenção, mas não concordo com todo o conteúdo. Se nos escalões de formação deve ser dada a oportunidade de aprender com o espírito de competição, sendo o objectivo formar e não ganhar, no desporto profissional a situação é diferente. O objectivo é vencer, promover patrocinadores e gerar dinheiro com isso. O futebol é uma indústria e tal como todas as outras, tem o direito de gerar lucros. Se é para os clubes mais conveniente contratar jogadores estrangeiros, que o façam até porque poderá abrir mercados de contratação e venda de jogadores para o estrangeiro (exportação). E nem vou começar a nomear jogadores portugueses que trabalham no estrangeiro e são bons no que fazem, que não gostaríamos de ver descriminados pela sua nacionalidade, independentemente de ser o melhor jogador do mundo.
Acima de tudo, a questão não é “por ser português, é bom”, mas sim “é bom e é português”. O que é Nacional é bom, mas se calhar tem de ser ainda melhor. As regras estão definidas e não é correcto altera-las para ganharmos o jogo. O nacionalismo e protecionismo são tentações muito perigosa no clima de crispação do Mundo actual, cuidado com aquilo que defendemos.