Arte: ganhar ou perder, eis a questão
Miró, um dos autores cujas obras fazem
parte da colecção do Museu Rainha Sofia
A recente onda de roubos e desaparecimentos de obras de arte indica que o crime está a aumentar. O FBI estima que o crime internacional na arte, que inclui não só roubos como falsificações, atinge já o valor de anual de 6 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros), tendo duplicado nos últimos 10 anos.
Ora, depois do que se sucedeu no Museu de Haia em 2002, do qual roubaram 6 das mais importantes jóias da coroa portuguesa e as mais valiosas da exposição - um diamante bruto de 135 quilates, o castão de bengala do rei D. José I em ouro e com 387 brilhantes, um anel com um brilhante central de 37,50 quilates, uma gargantilha com 32 brilhantes e um par de alfinetes na forma de trevos - com um valor estimado de 6,2 milhões de euros (que só quatro anos após o furto foram pagos pela seguradora, valor o qual se desconhece no que foi reinvestido pelo anterior Governo), fico na dúvida se deveremos promover o intercâmbio de colecções.
E não, não me refiro às colecções de um dos nossos maiores compradores de arte: Teixeira dos Santos, mas do acordo entre o Museu Rainha Sofia e a Fundação Serralves. Estes dois museus passarão a trocar colecções bem como co-produzir exibições. Por mais que esta ideia me agrade, espero bem que o nosso espólio ao andar de um lado para o outro não "evapore"...É que sempre se disse que de Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos. ;)
De qualquer modo, saúdo a ideia agradavelmente: quanto maior for a adesão, maior será a poupança na exibição das colecções. Incentivar a austeridade é óptimo, tão bom quanto incentivar as possibilidades fantásticas que a cultura e a vida nos dá, mesmo em tempo de crise.