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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Animais

Beatriz Ferreira, 27.08.11

Desde 2006 que o número de animais abandonados tem vindo a aumentar, de raça ou rafeiros, em Agosto e em todos os outros meses do ano. Os animais de estimação das famílias portuguesas deixam-no do ser, tornando-se progressivamente bens descartáveis como quase tudo na sociedade moderna.

 

Embora sejamos de espécies diferentes, humanos e cães são ambos animais que vivem nas ruas num ciclo de pobreza inquebrável com meras medidas paliativas. Tal como os homens e mulheres que vivem nas arcadas de Lisboa, também os cães não contam a sua história, não pedem ajuda e lutam por sobreviver à cobardia de quem passa no passeio a que outros chamam casa e olham para o lado. É triste desprezar a vida, seja ela humana ou não.

 

No entanto, a falta de coragem não fica por aqui. Tão atroz é abandonar um amigo de quatro patas como alimenta-lo sem o acolher, prolongando uma vida de maus tratos que se vai desmultiplicar em ninhadas, continuando o ciclo de fome. Alimentar um cão de rua é acender uma luz de esperança e apaga-la novamente. Dar um par de sapatos a um sem abrigo não resolve a sua situação, dar-lhe um abrigo e condições para reconstruir a sua vida e sistema de valores, sim!

 

Na Serra da Arrábida a situação está descontrolada com mais de uma centena de cães já nascidos na serra que por nunca terem tido contacto com humanos, têm comportamentos semelhantes aos dos lobos. A “matilha” cresceu graças à alimentação destes animais por parte de associações e pessoas. Apesar de não terem havido ataques a pessoas, entraram numa quinta, atacaram e comeram sete porcos, por exemplo.

 

Por favor, não deixem que a luz se acenda e apague de seguida. Não alimentem animais de rua. Adoptem-nos, financiem instituições, sejam voluntários e não deixem que este problema de cidadania e saúde pública se perpetue.

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