A austeridade resulta
Fico sempre surpreendido como a nossa tão europeísta esquerda não é capaz de fazer as contas e aprender com os exemplos dos nossos 'vizinhos' Europeus.
Ora vejamos quem prosperou na Europa com o fim do estado social: a Europa ocidental sofreu com a deslocalização da industria mundial para a Ásia e lidou com a estagnação continuando o estado social e aumentando-o às custas de endividamento; a Europa oriental, falida depois de décadas de ditadura comunista fez o mesmo? Não, porque não podia. Foram 'renegociar a dívida' com os credores ocidentais? Não. O Leste fez a única coisa sensata: cortou salários e despesa pública, desmantelando o estado social insustentável herdado dos tempos comunistas.
Resultados: Europa ocidental e meridional em recessão, Europa oriental em crescimento.
Mas sejamos ousados e olhemos para a economia mundial. Que aconselham os países em desenvolvimento? Acabar com os paraísos fiscais? Subvencionar a economia doméstica? Não!!! Dambisa Moyo - reputada economista Africana - reclama o fim da 'ajuda' aos países em desenvolvimento porque desencoraja precisamente o desenvolvimento interno e autónomo.
Para não falar em Chinas e Índias e respectivas aberturas ao investimento internacional através de vantagens salariais competitivas.
E quanto aos paraísos fiscais, pessoalmente gostava de saber como o forçar a transparência bancária na Suíça, no Luxemburgo e no Liechtenstein vai resolver o problema que põem todos os outros pelo mundo fora. A menos claro que a pós-modernista UE esteja disposta a abandonar a doutrina da proibição à guerra de agressão por motivos económicos...
Mas a menos que isso aconteça, não estou a ver como as Comores ou as Maldivas ficariam muito preocupadas com ameaças da UE, sabendo elas que o grupo ACP (África, Caribe e Pacífico) tem mais votos na ONU e defensores poderosos na OMC.
Fica aqui um mapa dos paraísos fiscais a nível mundial.
Mas não, a austeridade não é o caminho...