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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

AE ISCTE sobre o episódio Relvas

Ricardo Campelo de Magalhães, 20.02.13

A Associação de Estudantes do ISCTE escreveu no seu Facebook:

A Associação de Estudantes do ISCTE-IUL vem esclarecer que no que respeita aos protestos de ontem não esteve na sua organização, nem participou na mesma.

A Associação de Estudantes do ISCTE-IUL representa todos os estudantes desta nossa Instituição de forma organizada e com índole marcadamente apartidária, direccionando a cada momento os seus melhores esforços para defender os interesses dos seus representados. A Associação de Estudantes do ISCTE-IUL dispõe de diversos mecanismos de protesto e participação social e política que privilegia, como se tem verificado num passado recente. Participações em manifestações organizadas e estruturadas, a recolha de petições, encontros e debates com parlamentares e outros dirigentes políticos, plenários com outras Associações de Estudantes – entre outros –, são apenas alguns exemplos de formas que a Associação de Estudantes do ISCTE-IUL tem utilizado no passado para fazer valer a sua posição.

Somos e estamos sensíveis às diversas dificuldades que os estudantes em Portugal têm sentido no presente contexto económico e social. Convivemos todos os dias com diversas situações que nos fazem pensar nas formas em que a Associação de Estudantes do ISCTE-IUL pode dar o seu contributo. Sentimos que nos temos esforçado para fazer a nossa parte, e no último ano a Associação de Estudantes do ISCTE-IUL tem tido um papel activo em diversas áreas da vida académica no nosso Instituto e tem desenvolvido um conjunto de acções relevantes no actual contexto, desde a atribuição de bolsas de assistência social a alunos, ao debate constante com a Reitoria para facilitar os métodos de pagamento da propina, à participação em manifestações organizadas e coerentes em prol de uma ideia que tomamos como correcta.

Assim, a Associação de Estudantes do ISCTE-IUL demarca-se da organização dos acontecimentos ocorridos ontem e continuará a sua luta por um Ensino Superior Público, Universal e de Qualidade através das suas ferramentas.

Uma coisa é não concordar com as posições do governo e até achar que a política do Gago que permitiu ao Relvas ser licenciado é desleal para os demais licenciados - como eu acho - e logo não dar grande valor a licenciaturas como aquela. Todos temos direito a discordar e a demonstrar essa discordância, como a AE ISCTE tem feito em diversas ocasiões.

Outra coisa é aquele comportamento primário, animalesco e presunçoso, típico de quem pensa que tudo sabe, está acima de todos os que estavam lá para realmente ouvir o palestrante, e que a sua liberdade não tem limites - nem mesmo quando está em causa a liberdade de expressão e de comunicação de outros.

A AE ISCTE, concorde-se ou não com as suas posições, é democrata. Aqueles jovens BE não.

Tópicos sobre a liberdade

Essi Silva, 20.02.13
1º - O Direito à Liberdade de expressão e de manifestação é consagrado constitucionalmente, não podendo ser limitado à excepção de quando é usado abusivamente. Cometer crimes (como a agressão ou a difamação) em nome da liberdade de expressão, não pega. Fora a existência de uma figura no Código Civil, que tem como função gerir conflitos e regular o normal funcionamento da vida em sociedade e entre privados, chamada Abuso de Direito. 

2º - Mesmo que assim não fosse, mesmo sem princípios tipificados ou salvaguardados na lei, nacional, europeia, comunitária ou internacional; existe algo chamado respeito e regras para o bom funcionamento da sociedade. São aqueles princípios que nos incutem em crianças do género de não falar com a boca cheia, não mentir e respeitar o próximo. 

3º- Estes meninos nem sequer têm idade para ter passado por uma ditadura, nem para perceberem o valor da canção que entoam, mas aparentemente querem impor a sua maneira de pensar a todos os outros (não é essa uma forma de totalitarismo?), impedindo os demais de assistir ao que um Ministro eleito tem para dizer, do ponto de vista informativo. 

4º- Pior que isso, é impedirem que os portugueses ouçam o que os seus representantes têm para dizer ao nível de políticas a aplicar, como foi o caso da interrupção do discurso de Paulo Macedo - de longe um dos melhores ministros deste governo, com uma tarefa extremamente difícil, mas que tem desempenhado com o máximo de competência possível. Os portugueses são mais que aqueles jovens, que decidiram que a sua rebeldia vale mais que a comunicação de quem nos governa, com os restantes cidadãos. 

5º - Como aponta o José Pedro Salgado, algures nas redes sociais, este tipo de medidas têm naturalmente como consequência a falta de vontade dos governantes em comunicar, em aproximar-se do povo, reduzindo obviamente a transparência e a liberdade de se expressar como democraticamente têm direito (e dever). É o que apelidam como asfixia democrática. 

6º - E não se iludam quando apontam defeitos a Miguel Relvas. Não falamos aqui dos defeitos dele, falamos sim de respeito. Que é coisa que os meninos, que não só cantaram, mas também optaram por vias como a agressão, não sabem o que é. 

7º - Estão descontentes? Votem. Façam abaixos-assinados. Participem civicamente. Mas não me venham cá com tretas sobre a democracia porque nada justifica violência e faltas de respeito a um representante da Nação. E peçam a alguém para vos dar educação. Estão mesmo a precisar.  


Talvez esta música se adeque mais aos tempos de quem canta a Grândola.

O Regresso do Bom Senso à campanha do PSD

Ricardo Campelo de Magalhães, 26.03.11

Houve nestes dias quem dissesse que o PSD chegando ao governo vai subir impostos.

Tudo porque Passos Coelho disse que entre subir impostos sobre o consumo ou sobre o rendimento, subiria o IVA ao IRS.

Calma. O PSD não mudou de repente.

Irá provavelmente subir impostos na próxima legislatura, mas o foco claramente não é esse.

 

E basta lerem o Secretário-Geral do partido para perceberem que o plano é outro.

Ringue de Ideias do PSD: Miguel Relvas

PsicoConvidado, 18.11.09

 

UM NOVO CICLO

 

Sou militante do Partido Social Democrata há mais de 20 anos. Cresci politicamente no sonho da concretização de um ideal e na luta por causas que o justificavam. Éramos jovens e acreditávamos que era possível fazer de Portugal uma democracia consolidada, um País moderno e desenvolvido, uma Nação com um futuro à altura da sua história e da sua cultura.

 

Honro-me pelo facto de o meu partido ter contribuído decisivamente para os momentos que mais marcaram a nossa história recente. Primeiro, através da acção de Sá Carneiro que deu um contributo inestimável para a “civilização” do nosso regime. Depois, por força da governação de Cavaco Silva, que mudou radicalmente a face do País.

 

Tenho um profundo orgulho no meu partido e na sua obra. Um partido muito especial. Um partido virado para a integração e não para a exclusão.

 

Ganhou quando uniu. Veja-se no exemplo da liderança de Durão Barroso a confirmação dos benefícios do que deve ser uma direcção que promove a unidade na diversidade.

 

Perdeu quando excluiu. Veja-se no exemplo da actual liderança o resultado de um certo sectarismo de que foi fazendo uso, dando ideia de que só contava quem não divergia.

 

É tempo de o PSD quebrar as barreiras do seu “muro de Berlim”. Para este partido nunca houve nem nunca poderá haver os do lado de cá e os do lado de lá.

 

A diversidade é uma força, quando promovida, e um factor diferenciador quando respeitada.

 

Não tenhamos medo do debate. Elejamo-lo como o instrumento de trabalho de que as forças políticas mais necessitam. Não pode dialogar com a população quem não sabe internamente dialogar.

 

O PSD sempre foi um partido interclassista e foi nisso que forjou a sua identidade e o seu músculo político. Este é um dos maiores factores do seu sucesso, ao nível da sua implantação nacional e no plano de acção política concreta.

 

O PSD sempre foi um partido ousado e reformista nas propostas, visionário e estratégico nas políticas e foi por isso que os portugueses nos deram a sua confiança para governar. Os momentos de maior mudança, transformação e modernização de Portugal ficaram a dever-se ao ADN reformista do Partido Social Democrata.

 

O PSD sempre foi um partido alegre, arejado e avançado, nos procedimentos e nas ideias  e foi isso que lhe permitiu integrar uma força politica com o relevo da JSD e promover a adesão de tantos e tantos jovens que em 1981, em 1985, em 1991 e em 2002 foram absolutamente decisivos para as vitórias que o partido obteve.

 

Ousemos acreditar que temos condições para voltar a ser a força política transformadora do País. Mas tal só será possível se empreendermos um caminho de debate e de reflexão que não pode estar limitado por preconceitos e dogmas que não fazem qualquer sentido.

 

O PSD não precisa apenas de um lifting de imagem. Precisa de causas, ideias e propostas para os velhos e os novos problemas, para as actuais e futuras gerações. Precisa de se identificar com os sectores mais dinâmicos da sociedade, na classe média, nos meios universitários e culturais e junto dos jovens. Precisa de voltar a ser um partido activo e atractivo.

 

Este caminho faz-se com todos, renovando, integrando e unindo. E faz-se, sobretudo, virando a página. O partido defensivo, conservador, sem alma nem emoção dos últimos tempos, deve dar lugar a um partido “novo”, com iniciativa, ambição e espírito aberto e reformador, capaz de gerar uma nova esperança em Portugal.

 

Está em marcha um novo ciclo. Neste novo ciclo há que ter ideias e pessoas diferentes. Perceber isto é perceber algo de elementar em política. E quanto mais cedo melhor. Para o Partido e para o País.

 

 

 

Miguel Relvas