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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Cultura Portuguesa = Vantagem Competitiva

Miguel Nunes Silva, 15.08.10

 

Portugal não tem muitas vantagens competitivas. Os nossos solos não são particularmente férteis, temos uma topografia acidentada, país pequeno e condição geográfica periférica.


Recentemente temos potenciado o nosso clima através do investimento nas energias renováveis mas há um outro factor que faz de nós competitivos: a nossa cultura.


Eu que passo a vida a pregar que Portugal não possui a mentalidade escandinava e a respectiva ética protestante, e que portanto é excusado manter-se a esperança na industrialização do país ou na inovação tecnológica massiva como bases de construção da economia, eu venho agora dizer que nem tudo na nossa cultura é negativo.

De facto a nossa coesão nacional e as nossas tradições, ainda que frequentemente ignoradas pelos especialistas e pelos deputados no parlamento - que anuem a toda a legislação oriunda de Bruxelas sem qualquer objecção - é e continuará a ser uma discreta vantagem do nosso país.

 

Se nós nos queixamos da permissividade e do relativismo excessivos em Portugal, devemos ter em mente as consequências que o ultra-liberalismo está a ter na Escandinávia: a sociedade nórdica tem vindo a diluir-se cada vez mais. Para os amantes da cultura Americana, a Europa nórdica é o sítio a visitar. Os desportos americanos, as marcas, os hábitos, a comida, tudo tem vindo a introduzir-se progressiva e rapidamente nos países escandinavos, e a tal ponto que qualquer visitante já não sabe aonde acaba a cultura escandinava e aonde começa a Americana.

Outro lado menos agradável ainda, é a imigração muçulmana que já domina cidades inteiras como Malmö na Suécia, e aonde o crime disparou, a intolerância domina e aonde a comunidade Judaica foi expulsa.

 

Em contraste, Portugal e os Portugueses recomendam-se. Talvez a nossa performance económica deixe muito a desejar mas a nossa cultura permanece coesa e tão única que surpreende todos os estrangeiros que nos visitam.

E é aqui que Portugal se distingue de Espanha. Se é verdade que Espanha se industrializou e segue à nossa frente nos rankings da UE, também é verdade que se massificou e perdeu parte do seu encanto - e aqueles que já tiveram de se resignar à comida industrial nos hotéis Espanhóis sabem do que falo.

 

É a nossa gente, a nossa afabilidade, a nossa cultura que encanta os visitantes, mas é ela também que nos garante um oásis social e tolerante.

Em tempos de crise, vale a pena valorizar aquilo que nos distingue dos demais.

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