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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Diário de Bruxelas 1

Tiago Sousa Dias, 07.04.08



Pois bem, após tantas solicitações e sentindo cumprir um dever para com os que me seguirão, aqui vão umas pequenas palavras sobre o estágio:
- Trabalho - As nossas funções aqui são extremamente abrangentes. Para terem uma ideia, estou no gabinete do Dr. Vasco Graça Moura, como assistente do Dr. Silva Peneda e na ITRE ( comissão para a Indústria, Tecnologia, Investigação e Energia que além destas matérias abrage tudo o que envolva PME´s). Além disto, fazemos tudo o que for trabalho do GEPSD. Seria dificil explicar detalhadamente o que fazemos, mas de uma forma genérica o objectivo é preparar tudo para os eurodeputados. Um eurodeputado da área da Energia não acompanha todos os trabalhos da Comissão do Mercado Interno. Ora, para isso existe um assistente que faz esse trabalho de acompanhamento para que politicamente a matéria não seja esquecida e o voto em Plenário seja esclarecido. Debates, discursos, papers, investigação, newsletters, conferências tudo isto está no âmbito funcional do que aqui fazemos.

Mas a abrangência não vem só das funções mas sobretudo do âmbito material.

Uma comissão pode intervir no processo legislativo a titulo principal, aprovando um relatório para votação em plenário, ou a titulo secundário, aprovando pareceres. Ou seja, se uma matéria relativa à saúde implicar subvenções estaduais ao uso de novas tecnologias em métodos cientificos, potencialmente essa matéria também vai cair no âmbito da ITRE apesar de aparentemente nada ter que ver com a minha comissão.Por outro lado, o nível politico aqui é muito mais elaborado e "americanizado". Tudo conta, desde os aspectos técnicos, à oportunidade, ao interesse nacional que tantas vezes colide com o interesse do Grupo Politico Europeu ou mesmo ao interesse regional que pode mesmo levar um eurodeputado a contrariar o Grupo Europeu do um partido nacional a votar sózinho contra este Grupo e contra o Grupo Europeu.Depois devemos sempre contar com os lobbistas que tantas dores de cabeça (parece) que dão mas ao mesmo tempo tão úteis podem ser quando um assistente jurista tem que fazer um briefing sobre dividendos virtuais... :)
O Social.

Estou em Portugal mas há aqui muitos estrangeiros... É a sensação com que se fica porque existem imensos tugas por aqui e ainda por cima andamos sempre juntos. Deve ser este o espirito emigrante que tanto se fala. Cafés, restaurantes portugueses não faltam, festas de tugas são comuns e há sempre programa para os tempos livres.Já estamos na selecção nacional e no nosso primeiro jogo ganhamos 5-3 à Eslovénia. Eu saí lesionado depois de um pisão.... de um companheiro de equipa hehehe.
Ao mesmo tempo não se sente coisa nenhuma a história de sermos os pobres europeus. Somos iguais a todos os outros. Talvez eu tenha o pensamento viciado pelo facto de estar no meio de dois eurodeputados com um prestígio gigante (João de Deus Pinheiro e Carlos Coelho), mas a verdade é que isso não se sente minimamente, apesar de tudo mantenho a reserva de estar aqui há pouco tempo.
Aliás, na conferência sobre a Tortura em que participou Carlos Coelho, a organização foi práticamente toda feita por nós, com um beverete, serviço de tradução, vídeo, 2 rondas de café, acreditação prévia para não por ninguém nas filas de espera tudo impecável. As colegas da organização da IHRC (uma dinamarquesa e uma inglesa) fartaram-se de agradecer e disseram que estavam perdidas de alegria porque nunca tinham tido tanta atenção por parte de uma organização e sobretudo porque nada falhou.
Portugal é bem visto.

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