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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Miúdo lê demais e não permite o acesso de outros a Campeão de Leitura

Ricardo Campelo de Magalhães, 31.08.13

Garoto de 9 anos lê 373 livros em cinco anos e é criticado por diretora de biblioteca:Kid

Um garoto de nove anos, estudante do ensino fundamental em uma cidade do estado de Nova York, foi criticado pela diretora de uma biblioteca pública por… ler demais.

Tyler Weaver, que já foi cinco vezes campeão em um concurso de leituras da biblioteca pública de Hudson Falls, foi alvo de comentários por parte de Marie Grandon, a diretora do estabelecimento. Segundo informações do portal Huffington Post, ela contou a um jornal local que achava ser hora de o menino abdicar de seu trono e dar chance a algum outro.

A biblioteca organiza um concurso anual de leitura, no verão. Nele, as crianças que leram pelo menos dez livros são convidados para uma festa no final da estação. O participante que ler o maior número de livros é o vencedor. Nos últimos cinco anos, Tyler leu um total de 373 livros para o concurso, segundo a publicação local Post-Star.

O jornal procurou a biblioteca para, originalmente, produzir uma reportagem sobre o garoto e seu índice impressionante de leituras. Porém, para a diretora, a dedicação do menino não é motivo para comemorações.

Para Marie, Tyler “contamina” o concurso. Por isso, ela quer mudar as regras, de modo que o vencedor seja sorteado, e não mais conquiste o prêmio pelo total de livros que leu.

Faz sentido: viola o princípio da igualdade no acesso a Campeão de Leituras da biblioteca. Só um Sorteio permitirá que todos os meninos que entrem no sorteio tenham Igualdade no acesso ao título, que há 5 anos é monopolizado pelo maníaco das leituras.

Neste sentido, nos próximos Jogos Olímpicos, Dilma deverá também determinar que o campeão olímpico de cada modalidade deverá ser sorteado. Igualdade para todos já! Pelo fim das vitórias dos privilegiados, unidos lutaremos!

Triagem: 10 anos depois é de quem?

Essi Silva, 27.08.13
 
Enfermeira - Então o que se passa?
Paciente - Dói-me a cara toda, os dentes do maxilar superior no lado direito e estou a escorrer muco das narinas. 
Enfermeira - Tem dores na cara. Ora isso deveria ser de Maxilofacial. Ou então de Otorrinolaringologia. O que acha melhor?

Esta conversa passou-se há um ano no Hospital S. José. Não teria corrido tão bem se eu não tivesse o mínimo conhecimento de Saúde e percebesse que tinha uma sinusite. 

A verdade é que não é suposto ser o paciente a saber o que tem e qual o serviço que melhor o ajudará a resolver o seu problema de saúde. 
Mas também duvido que os médicos - a não ser os mais jovens - se queiram submeter a prestar este serviço, o que pode dar no mesmo. 

Para além disso, haverá staff suficiente para assegurar esse serviço? E o que acontecerá aos enfermeiros "a mais"?

Lisboa, Chiado e os Incêndios

Essi Silva, 27.08.13
Só me posso rir com as últimas notícias relativas à campanha de António Costa e às minuciosidades de alguma gente mesquinha que por aqui anda.

Primeiro no que toca à grande celebração do Incêndio no Chiado - não foi uma festa, o incêndio foi uma tragédia e deveria ser retratado como tal. Da forma como ACosta fala, parece que foi o único responsável pelo Chiado pós incêndio. Com tanta coisa que o nosso candidato a mais um mandato poderia celebrar, decide fazer de uma Baixa em destroços em plena época turística uma grande conquista e dum incêndio devastador, um momento histórico.

Depois, pior foi ter concentrado os Bombeiros de Lisboa num simulacro, quando estariam a servir muito melhor a cidade, ajudando os seus colegas de outras regiões a salvar vidas e a salvar a nossa terra de ficar negra. E ainda por cima, António Costa sai-se com a bela constatação que Lisboa hoje resistiria melhor a um incêndio. Até acredito que se analisarmos as tecnologias e equipamentos hoje ao dispor, a conclusão poderá ser a mesma. Mas não nos esqueçamos que a capital está cheia de edifícios devolutos, então na zona da Baixa, que há 25 anos era mais habitada que hoje.

E para rematar, houve quem criticasse o reconhecimento feito por Cavaco Silva a António Borges, referindo que os pobres dos bombeiros que partiram nesta época não tiveram direito a tais honras. O que não corresponde à verdade, tendo em conta que o Presidente contactou as famílias para dar os seus pêsames.

De facto, acho curioso que os portugueses só prestem atenção a estas questões na altura dos incêndios e quando o mal já se deu. Quantos portugueses prestam homenagem aos bombeiros das suas regiões com donativos? Com honras durante o ano? É que parece que os bombeiros só têm valor quando estamos no verão e o espaço de cada um é ameaçado. Pois.

Arrancou ontem!

Essi Silva, 27.08.13
Arrancou ontem mais uma UV da JSD, PSD e IFSC. 
Como sabem, a iniciativa tem importância para o Psicolaranja, tendo em conta que, não só o blog nasceu de ex-alunos da UV, como sempre foi recrutar autores à UV.

Para além das aulas e dos jantares-conferência que preenchem a mente, ou os trabalhos e projectos que ocupam o tempo, temos na UV algo que enche o espírito e trabalha o lado empírico da política: o contacto humano com jovens de várias faixas etárias, de ambos os sexos, com origens nas mais variadas zonas do país, sempre à conversa.

Quem já foi a uma UV sabe que é uma experiência inesquecível. E embora não se consiga repetir (já que só se pode frequentar uma vez a UV), é possível ao ex-aluno, de sua casa, acompanhar as aulas em streaming e colocar questões aos oradores. Assim, aprender é sempre possível, ainda que a Km de distância de Castelo de Vide. 

O Programa está disponível aqui

1949 - 2013

Essi Silva, 25.08.13

Licenciado em Economia e Finanças pelo ISCEF, mestrou-se e doutorou-se nos Estados Unidos. Foi Vice-Governador do Banco de Portugal, professor de Economia na Univ. Nova, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Goldman Sachs em Londres, para além de ter passado também pela administração do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre.
Foi ainda consultor do Departamento do Tesouro dos EUA, da OCDE e colaborador na UE aquando a criação da UEconómica e Monetária.
No PSD foi Vice-Presidente da Comissão Política Nacional de 2008-2010. Era considerado igualmente uma das figuras mais próximas de Manuela Ferreira Leite. (E foi meu professor na UV 2009)

Diagnosticado em 2010 com cancro no pâncreas (ainda viveu 3 anos, o que até certo ponto é uma vitória) foi nomeado director do Departamento Europeu do FMI, tendo a sua saída sido apontada como resultado de incompetência (o que não me choca num paciente de cancro, especialmente desta estirpe).
As suas últimas declarações e a consultoria que prestou no âmbito das privatizações da RTP e CTT que resultou num contrato entre a Parpública e uma empresa, na qual António Borges tinha uma quota, valeram-lhe algum criticismo.

Faleceu esta madrugada com 63 anos.

E já agora...

Essi Silva, 21.08.13
Bem sei que estamos em crise mas será que é mesmo necessário darmos trabalho a 40 Secretários de Estado e respectivos adjuntos, assessores e companhia?

É que se a principio o nosso Governo de coligação se orgulhava de ter um Governo com membros independentes, com um núcleo reduzido e menos despesas para o próprio Estado, agora roça o ridículo. Será mesmo impossível governar sem uma equipa tão numerosa?

Bem sei que um cartão de militância não reflecte a nossa competência, muito menos quem somos, mas torna-se muito difícil separar o mérito do partidarismo e da militância. Em especial, quando atirámos pedras ao telhado dos outros.

Beja: não passou de um sonho

Essi Silva, 21.08.13
Uma das grandes promessas de José Sócrates consistia na renovação do triângulo alentejano, com um forte investimento no sector turístico, nomeadamente no Alqueva. Na pseudo-auto-estrada que ligaria a região ao Litoral. É assim, também, que nasce o aeroporto de Beja.

Para os socialistas, que acham que o dinheiro (dos outros) nunca se acaba, a ideia, que aliás já vinha desde Guterres, era simples e brilhante, garantindo até a vitória nas autárquicas ao PS, que roubou o município ao domínio comunista.

Só que a torneira fechou-se e sem infra-estruturas que garantam a viabilidade de grandes projectos turísticos, o desenvolvimento da zona ainda espera um boom.

É curioso que conversei sobre o tema com um velho amigo - coincidindo as nossas ideias com excertos de uma reportagem hoje no Público.

De facto não há muitos fundos para se acabar o projecto e promover investimentos megalómanos, mas já que o aeroporto de Beja se encontra em funcionamento - deteriorando-se com o tempo, sem movimento para conseguir uma retoma do investimento na sua construção - seria de bom tom pelo menos criar condições, nomeadamente através de uma boa via rodoviária, para um aumento da dinâmica turística e quiçá hipótese de pólos industriais na região.

Só assim, a Ryanair e outras companhias de aviação terão justificação para promover voos e justificar um aeroporto que nos custou cerca de 40 milhões de euros.

E sim, o Governo poupou 330 milhões com a paragem das obras da A26 - a auto-estrada que deveria ligar Sines a Beja - mas não parece fazer muito sentido investir na ligação de outros troços da mesma, sem garantir que a cidade de Beja também fica servida. A renegociação do contrato traduziu-se, entre outras medidas, na retirada da subconcessão e suspensão dos trabalhos de construção dos lanços da A26 entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja.

Através do acordo, só serão retomadas e concluídas as obras dos lanços entre Sines e Santo André, entre Sines e Santiago do Cacém e entre o nó de Grândola Sul da A2 e Santa Margarida do Sado. E Beja??

Pois. Cortar por cortar, não.

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