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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

1995

Miguel Nunes Silva, 28.03.13

É a resposta aqueles que perguntam: 'Quando foi que optámos pelo mau caminho?'.

 

Quando o PS assumiu o poder em 1995, o destino do país ficou selado. Demorou mais de uma década mas as consequências acabaram por se fazer sentir.

95 é o ano da mudança pelas seguintes razões:

 

- até a meio da década de 90, a economia Portuguesa estava em crescimento. A partir daqui estagnou. Isto não foi culpa directa do Partido Socialista, claro está mas antes uma consequência do fim da deslocalização e IDE Europeu para Portugal, o qual parou com a abertura dos mercados asiático e do leste Europeu;

 

- até aos anos 90, Portugal, apesar de fortemente esquerdista, estava sob pressão para ser responsável com a sua política fiscal, devido à pressão do FMI e da adesão às Comunidades Europeias. Depois da plena adesão, foi o que foi... ;

 

- até aos anos 90, o Bloco Socialista representava um ideal ao qual a esquerda internacional aspirava. Com o colapso do muro de Berlim e da URSS, a esquerda perdeu a sua ideologia e viu-se forçada a adoptar soluções mais populistas e eleitoralistas, o que deu origem à 3ª via e à política da bugiganga que levou os sucessivos governos a gastarem para consumo e em falsos investimentos como as auto-estradas e sistema de saúde;

 

- até aos anos 90, Portugal tinha a sua própria moeda mas foi nos anos 90 que aderimos ao sistemo monetário Europeu e ao que viria a ser o €uro. Depois disso foi o descalabro total nomeadamente com Portugal fazendo uso da reputação do marco alemão - da qual o euro gozava - para se endividar nos mercados internacionais.

Hasta siempre democracia!

Ricardo Campelo de Magalhães, 28.03.13

Texto da minha amiga Elisabete Coutinho após mais uma visita à família na Venezuela:


A esquerda internacional enche a boca com as glórias da suposta «divisão igualitária de fortuna» que aconteceu na Venezuela chavista e odes ao morto que mal conhecem. Não sei que Venezuela visitaram. Ou melhor, visitaram a Venezuela como visitaram a Rússia comunista, a Cuba castrista e a China maoista: pelos manuais da propaganda quase alucinogénica que ainda circulam, a tentar vender aos ainda crentes no Estado intervencionista que o de cada um devia passar a ser de todos e que os paraísos terrenos são estes poços fundos do reconhecimento do esforço pessoal, onde o de muitos se converte em quase nada.

A Venezuela onde passei um mês, mais do que uma crise económica, sofre uma profunda crise social. Há petróleo a rodos, a cerveja é quase dada, a comida local abunda, há uma atividade comercial próspera, há centros comerciais onde avidamente se gastam os dólares levantados do cartão de crédito, como se a América fosse a miragem de todas as liberdades e glórias do bem-estar, e o dólar o colírio para todas as dores políticas.

A Venezuela que vi não tem conforto, não conhece o bem-estar, esqueceu a tranquilidade, sabe que o dia pode acabar com um tiro a entrar pela janela do carro ou com um familiar raptado numa estação de gasolina, e reclama, reclama, reclama, sonhando com saltar as fronteiras rumo a qualquer lado longe dali, com a cor política a dividir famílias e a matar amizades num povo tradicionalmente ameno de caráter.
Hugo Chavez minou a juventude venezuelana com a mesma arrogância que sempre o caracterizou; a educação oscila entre a verdade propagandista e a impossibilidade de uma discussão saudável e divergente com esta segunda geração nascida no chavismo, que se esquece que essa América sonhada admite que eu pense branco, e tu penses vermelho, e continuemos a sentar-nos à frente de uma pizza. Pintam-se de americanos com gorros de beisebol, com t-shirts dos Yankees, sonham com Blackberries e MacDonald’s, mas copiam o Grande Líder na forma como se expressam.

O venezuelano divide-se entre o trabalhador, sofrido, esforçado, esse que sobe os Andes com o gado ou a venda, o que está nas listas negras do chavismo e impedido de prestar qualquer serviço ao Estado, e o ressabiado social, a quem disseram que podia matar e roubar para se vingar das desigualdades do passado, e a quem a justiça vai fechando os olhos, e a política e o exército vão dando cargos. O mesmo que veste de vermelho as praças porque se sentiu protegido desde o início por este regime que agora ganha contornos de divino, e alimenta a crendice e a “santería” que se faz ver em encruzilhadas, nas atrozes estradas andinas, nas montanhas místicas onde supostamente guerreiros índios encarnaram santos que os fizeram liquidar o ocupador europeu.

O ocupador europeu, esse grande inimigo, sendo que todos querem ser mais brancos, mais europeus, mais ocidentalizados e menos venezuelanos, como se o tribalismo, os traços índios e até a própria identidade cultural venezuelana fossem uma vergonha. E Chavez representa a profunda vergonha que há nessa história que, gostem ou não, é a de um país feito de mestiçagem e escravatura. Contudo, estampa-se esse misticismo interesseiro nas notas que servem de moeda, onde apenas está permitido o imaginário do regime, composto por uma mistura de santos populares, heróis chavistas e o reencarnado Bolívar, agora menos europeu, mais escuro, mais revoltado e mais corrupto. Contraditório? É preciso visitar a Venezuela atual para perceber o significado de contradição, que ali é elevado a um ponto desconcertante.

Irónico país, o de Chavez, onde campos férteis e parques industriais nos remetem aos planos quinquenais soviéticos, onde as estradas se entopem durante horas de camiões que freneticamente nos fazem ver o consumo elevado ao extremo de tudo e mais alguma coisa, mas onde a sociedade tem feridas profundas que dificilmente se poderão curar. Como europeia, chocou-me profundamente aqueles momentos em que, no rádio e na televisão, esta voz autoritária e insolente se fazia ouvir e, mesmo para aqueles que a desligavam, se impunha em altifalantes pelas ruas.

A Venezuela não tem alternativa política. É um país condenado ao messianismo, ao endeusamento do ditador, que aumentará as fileiras de santos populares a quem se rogam mil pedidos, como o Che cubano passou de assassino impiedoso a San Ernesto de la Higuera. Com a sua morte precoce, Chavez cumpriu a sua missão: passou à história, a uma história que o vai dourar com a aura do grande líder progressista e justo, tão longe daquilo que foi realmente. Outro virá, a continuação de Deus, deste Deus implacável que ensombrará a Venezuela num destino pintado de vermelho por muitos anos e que começa a manifestar-se na mão ainda mais pesada e corrupta do presidente Maduro, fiel discípulo da escola castrista.

 

Sócrates na RTP

Ricardo Campelo de Magalhães, 25.03.13

Limites

O meu artigo de hoje no Diário Económico:

Há umas semanas discutia-se no Parlamento a programação da RTP e se deveria voltar a esta o TV Rural. Na altura critiquei que no órgão legislativo se discutisse uma decisão interna de um canal de televisão, ainda que estatal.

Utilizando o mesmíssimo critério, não assinei a petição que pede agora que o parlamento se pronuncie sobre a inclusão de um qualquer comentador na programação desse mesmo canal.

Mas isso não me impede de fazer um apelo aos responsáveis da RTP: tenham noção dos limites e revertam o convite. Porque a confirmar-se a entrada de Sócrates para a grelha da RTP, surge a dúvida: o que é que alguém tem que fazer para ser excluído de uma lista de possíveis comentadores da RTP? Aparentemente, levar o País à bancarrota, provocar centenas de milhares de despedimentos e outras centenas de milhares de emigrações de jovens qualificados, e fazer a economia perder uma década de crescimento e, com o saldo que deixou, talvez uma segunda, não é suficiente.

Nos dias de hoje, a cultura da meritocracia está fora de moda. Os heróis da juventude são pessoas de ascensão rápida e não os industriosos de outrora. A contratação de Sócrates pela empresa tutelada por Relvas leva este desvio para um nível completamente estratosférico: não há limites. Pode-se cometer a pior atrocidade que, depois de uma reforma dourada, só possível devido às tais atrocidades, haverá sempre alguém para ajudar a branquear a situação. Indústria, honestidade, fortaleza e sapiência ficam definitivamente 'démodé'.

No actual xadrez político, Seguro perderá, pois terá concorrência forte na venda de ilusões e a ‘entourage' de Sócrates terá nova força no PS - só assim se justifica a inversão de Seguro sobre a Moção de Censura em 5 dias. Inicialmente, tais movimentações no PS darão força a Passos Coelho, mas com o tempo este será obrigado a ter uma comunicação mais profissional, ou perderá para a máquina Socrática. Mas a principal mudança é a ascensão da forma sobre o conteúdo, na pior altura para isso acontecer.

Ligações úteis: Luís Bernardo sobre o mesmo tema.

Gosto deste homem!

Miguel Nunes Silva, 24.03.13

  

 

Para quem não percebeu, Amado tenta enviar a mensagem de que o PSD - i.e. Pedro Passos - deve esquecer os aparelhistas e concentrar-se na missão que tem em mãos - a governação responsável do país.
É desta esquerda que gosto, a esquerda credível. Já agora, quando é que os anti-populistas do PS como Amado ou António Vitorino, expulsam os aparelhistas e as Socranettes do partido para fora?

OI?! - Parte PSD/Gaspar

Essi Silva, 21.03.13
Mudem a medicação do PSD. E do Gaspar também.

O PSD, e como bem relembrou Teixeira dos Santos, ratificou e contribuiu na redacção do memorando da Troika. Para além disso, assumiu-o no seu programa eleitoral, praticamente com copy-paste de algumas medidas. Defendeu o memorando com unhas e dentes, incluindo medidas que iam além da proposta da Troika, porque achava que o memorando era bom mas não era óptimo.
E AGORA VEM DIZER QUE AFINAL O DOCUMENTO FOI MAL DESENHADO?
Mas está tudo louco?
Quase dois anos de governação de braço dado com o memorando e a Troika depois, o documento foi...mal desenhado?!

A sério. Metam-se num buraco e não saiam de lá. Declarações destas não são ridículas. São um ESCÂNDALO!
Espero bem que o meu partido esteja orgulhoso de ter eleito um Governo, que primeiro pede aos portugueses para darem tudo o que têm e depois diz que a sua Bíblia, afinal de contas não é tão boa como afirmava!

(E agora vou beber qualquer coisa, a ver se me acalmo!)

OI?! - parte Sócrates

Essi Silva, 21.03.13
Sou toda a favor da liberdade de expressão e informação. Se o Sócrates é contratado para comentar e dar a sua opinião, não tenho nada contra. Posso não gostar dele, ou concordar com a sua governação, mas cabe-me a mim decidir se ouço ou não o comentário.
Agora, coisa que NÃO ACEITO, é que ALGUÉM QUE CONTRIBUIU PARA A FALÊNCIA DE UM PAÍS, seja contratado pela TELEVISÃO PÚBLICA que todos nós pagamos, em impostos e em contribuições áudio-visuais e afins.

Não basta o que ele ganhou e ganha, ainda temos todos de pagar por ouvir as suas opiniões?????
Se isto é interesse público, vou ali e já venho. Ou então emigro mesmo e paro de pagar impostos para sustentar estes parasitas...

(Desculpem o CAPS LOCK mas houve qualquer coisa em mim que implodiu!)

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