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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

De vitória em vitória, até à derrota...

Miguel Nunes Silva, 31.07.12

É típico estes dias vermos muito encorajamento à derrota de Bashar al-Assad na Síria. Vale a pena recordar a esses 'peritos' que Israel - provavelmente a nação mais paranóica à face da Terra - não segue a linha da Europa ou de Washington nesse encorajamento. Os Israelitas sabem bem que os montes Golã foram a fronteira mais estável que tiveram nas últimas décadas e sabem também que Assad é, ao contrário dos ayatollahs de Teerão, um estadista racional. NÓS sabemos que Israel foi um dos poucos aliados Americanos que teve a coragem de alertar contra a invasão do Iraque.

 

Neste artigo de Richard Haass os factos são mais claramente expostos:

 

"(...) os apelos aos Estados Unidos e a outros países, que têm interesse e influência na região, em defenderem a democracia e os direitos humanos colidiram com as preocupações relacionadas com o queos interesses da segurança nacional irão sofrer, caso os regimes autoritários pró-ocidentais sejam expulsos."

 

"(...) armar a oposição não está isento de desvantagens. Correm o risco de alimentar uma guerra civil e de encorajar os regimes leais a firmarem-se. Além disso, as armas fornecidas para lutar contra o regime serão utilizadas nos tumultos, para combaterem uns contra os outros, se e quando o regime for removido, tornando o rescaldo na Síria muito mais violento."


Anseio pelo dia em que as nossas elites decidam fazer dos interesses do Estado e dos Portugueses uma prioridade maior que os seus precoceitos ideológicos.

Os nossos aliados...

Não se pode dizer que a Síria seja um regime aliado do ocidente que valha a pena salvar, mas tal como no caso da Líbia, pergunto-me se a mísera Síria vale a pena como centro das atenções do ocidente quando parece ser bem mais vital para a Rússia e China, quando o Irão é a principal preocupação do ocidente e quando todos nós estamos em dificuldades económicas.
E estes são os nossos aliados... 

CGTP defende Desemprego de 20%

Ricardo Campelo de Magalhães, 31.07.12

CGTP defende salário mínimo de 515 euros ainda em 2012.

Piada tem o erro do jornalista que motivou a correcção:

"Notícia corrigida às 22h13: a CGTP defende subida do salário mínimo para 515 euros e não 500 como estava escrito".

Até o jornalista ficou surpreendido.

 

A mim, o que me surpreende, é porquê um salário mínimo inferior ao de "nuestros hermanos". Somos menos que eles?
Os Portugueses por acaso serão Ibéricos de 2ª?!? Em Espanha ganham 641,4 Euros!
Igualdade, já!

 

Ficávamos todos com desemprego de 25% e depois era fácil: os 3 com salário contribuíam para o 4º!

Porquê 515 Euros e 20% de Desemprego?!? Este engravatadinho já aprendia alguma coisa sobre Igualdade e Fraternidade...

 

Aos que resistem!

Paulo Colaço, 31.07.12

Na Síria, onde o povo está a ser massacrado por quem o devia proteger, há quem não desista de nos fazer chegar a verdade. Os novos meios de comunicação são a arma dos resistentes. Em sua homenagem, e realçando a importância das “novas tecnologias”, regresso ao Psico com um dos mais fortes poemas portugueses. Porventura o meu preferido.

 

 

Notícias do Bloqueio, de Egito Gonçalves

 

Aproveito a tua neutralidade,

o teu rosto oval, a tua beleza clara,

para enviar notícias do bloqueio

aos que no continente esperam ansiosos.

 

Tu lhes dirás do coração o que sofremos

nos dias que embranquecem os cabelos…

tu lhes dirás a comoção e as palavras

que prendemos – contrabando – aos teus cabelos.

 

Tu lhes dirás o nosso ódio construído,

sustentando a defesa à nossa volta

- único acolchoado para a noite

florescida de fome e de tristezas.

 

Tua neutralidade passará

por sobre a barreira alfandegária

e a tua mala levará fotografias,

um mapa, duas cartas, uma lágrima…

 

Dirás como trabalhamos em silêncio,

como comemos silêncio, bebemos

silêncio, nadamos e morremos

feridos de silêncio duro e violento.

 

Vai pois e noticia com um archote

aos que encontrares de fora das muralhas

o mundo em que nos vemos, poesia

massacrada e medos à ilharga.

 

Vai pois e conta nos jornais diários

ou escreve com ácido nas paredes

o que viste, o que sabes, o que eu disse

entre dois bombardeamentos já esperados.

 

Mas diz-lhes que se mantém indevassável

o segredo das torres que nos erguem,

e suspensa delas uma flor em lume

grita o seu nome incandescente e puro.

 

Diz-lhes que se resiste na cidade

desfigurada por feridas de granadas

e, enquanto a água e os víveres escasseiam,

aumenta a raiva

                        e a esperança reproduz-se.

aos Insurgentes

Rui C Pinto, 31.07.12

Há um blog, em Portugal, que tem liderado a campanha anti-Climate of fear, difundida vastamente nos US of A, mas com pouca expressão cá no burgo: o Insurgente. As razões que levam o libertário a combater ferozmente as teses científicas que alertam para as consequências de uma intervenção humana insustentável no consumo de recursos e na poluição dos ecossistemas não é muito lógica, a não ser na intransigente rejeição a eventuais soluções que resultem em aumentos de impostos ou legislação federal/estatal. 

 

O debate político travado, actualmente, entre activistas "verdes" e activistas capitalistas (chamo aqui desde os anarco-capitalistas aos Tea Party, ou aos 99 percent, o leque é vasto) pouco, aliás nada!, tem de científico. Os primeiros limitam-se a fazer previsões baseadas em modelos pouco rigorosos que preveem aumentos de temperatura exponenciais. Os segundos, dedicam-se a defender estudos de credibilidade nula desenvolvidos por instituições com agenda política, financiados por interesses que vão da abastada Koch Foundation à indústria petrolífera. A agenda destes últimos visa criar, na opinião pública, a confusão de que a comunidade científica que investiga os fenómenos naturais associados ao aquecimento do planeta e os activistas da Greenpeace são uma e a mesma coisa. Não são. Essa distinção fica para outras núpcias. 

 

O que me faz hoje escrever é o artigo publicado por Richard Muller no The New York Times, denominado "The conversion of a climate-change skeptic". O título é elucidativo. Ainda que do ponto de vista científico, Richard Muller (anteriormente avençado pela Koch Foundation) acrescente pouco ao debate, há trechos do seu artigo de opinião que vale a pena difundir, porque são elucidativos da distância que separa o debate ideológico entre os extremos do espectro político norte-americano e a ciência. 

 

(...)

"It’s a scientist’s duty to be properly skeptical. I still find that much, if not most, of what is attributed to climate change is speculative, exaggerated or just plain wrong. I’ve analyzed some of the most alarmist claims, and my skepticism about them hasn’t changed."

(...)

"Science is that narrow realm of knowledge that, in principle, is universally accepted. I embarked on this analysis to answer questions that, to my mind, had not been answered. I hope that the Berkeley Earth analysis will help settle the scientific debate regarding global warming and its human causes. Then comes the difficult part: agreeing across the political and diplomatic spectrum about what can and should be done."

Sobre o anedotário nacional du jour

Rui C Pinto, 18.07.12

O pagode continua. E continuará. Como continua sempre quando se perde o respeito. 

Desta vez, Relvas chegou ao Tour de France, como mostra o vídeo em baixo. Estou certo de que chegará ainda mais longe.

 

Os cães vão ladrando, enquanto a caravana passa. E a caravana que passa é naturalmente a ridicularização do ministro. O que me preocupa, em toda esta história é a profunda falta de dignidade de toda esta situação. É um desaire tremendo para todos aqueles que depositaram esperança num novo ciclo político em Portugal.

 

Importa recordar Manuel Pinho e o episódio dos chifres na Assembleia da República. Importa recordar Martins da Cruz e o seu pedido de demissão a propósito das insinuações de favorecimento da sua filha numa Universidade Pública. Indivíduos que compreendem que a política só se exerce com autoridade. Miguel Relvas é, nesta altura, um claríssimo embaraço para todo o governo e, em especial, para o Primeiro-Ministro que já teve que lhe reafirmar a sua confiança política por 3 vezes, mas parece estar disposto a comprometer todos em prol da sua sobrevivência no exercício de funções. Resta saber se Passos Coelho está disposto a comprometer alguma da sua base de apoio para evitar a remodelação. Passos Coelho fará os possíveis por manter o ministro e a razão não é a RTP ou a reforma autárquica. Não somos ingénuos... A razão são as eleições autárquicas de 2013.

 

Resta-me citar o meu companheiro apache, José Meireles Graça: "Quanto ao bom do Relvas, é claro que se devia ter demitido há muito, no interesse próprio, no do Governo e no do País. Se o tivesse feito a tempo, perderia a auctoritas mas não a dignitas."

Boas novas dos nossos estudantes

Diogo Agostinho, 17.07.12

Raramente merece destaque, mas fica aqui a referência à vitória dos nossos jovens lusos nas Olimpíadas Internacionais de Matemática. Vencemos uma medalha de Ouro, uma de Prata, duas de Bronze e ainda uma Menção Honrosa. Foi o melhor resultado português alguma vez conquistado.

 

Parabéns aos concorrentes. Temos Cristianos Ronaldos nas mais diferentes áreas e sectores. Ainda há esperança nos nossos jovens. Que se mantenham assim e estudem muito! 

Mudam-se os tempos...

Diogo Agostinho, 17.07.12

...mudam-se as opiniões. Há mais de um ano tínhamos no poder um tipo que por tudo o que se falava do seu passado era visto como um percurso a correr e de favores. 

 

Um homem que tirou um curso de forma "estranha", que nos projectos como "engenheiro" existiam suspeitas, que tinha o caso Freeport. Tinha, pois esta semana lá conseguiu uma enorme vitória! Depois de 6 anos chegamos aqui. Não dignifica em nada a justiça portuguesa. 

 

Ora, hoje já não há Sócrates e por isso a política em Portugal desanuviou. Os senhores que se lhe seguiram, como Primeiro-Ministro e Secretário Geral do PS, são dois tipos mais calmos e ponderados e o degelo aconteceu, numa altura em que o país precisa é de tranquilidade e consensos. 

 

A atenção e a anedota nacional de há uns tempos para cá são más notícias. Vejo pouco a discussão centrada na possibilidade de alguém com equivalências despachar-se a correr para ter um Dr. antes do nome. Está centrado apenas e só em Relvas. É verdade. É o país que temos e como tal não há volta a dar. 

 

Hoje é claro que Relvas é um peso pesado para Passos Coelho. Sabemos que a ligação e cumplicidade é grande entre ambos. Sabemos também que a amizade vem de trás. Uma coisa é certa, quando olhamos para a função que hoje Miguel Relvas ocupa e que Jorge Moreira da Silva ocupa, percebemos logo que existe ali uma troca mal feita. Que pela personalidade e perfil de cada um, estão com as posições trocadas. 

 

Mas, importa aqui também destacar a posição da JSD. Não consigo compreender como não agarrou a JSD este tema logo que saiu, exigindo explicações e sobretudo dizendo que um curso é para ser frequentado. No minímo mais de metade das cadeiras. 

 

A JSD foi tão critica com Sócrates, a cada discurso de um dirigente vinha a piada, e bem, de se referir ao Engenheiro Sócrates, não sabendo se era Engenheiro. Nesta fase, era crucial pedir explicações e não pactuar com facilitismos. É disso mesmo que se trata o espírito de Bolonha. Facilitar de acordo com a experiência. Dir-me-ão que Relvas saberá mais de Ciência Política que todos os estudantes do curso, para mim é claro, sabe mais de vida partidária e de política no dia-a-dia. Não precisava em nada de um Dr. antes do nome para mostrar valor ou ser Ministro...

 

De Relvas às Juventudes partidárias

Rui C Pinto, 16.07.12

Chegam-me imagens de uma manifestação pedindo a demissão de Miguel Relvas. Uma manifestação absurda, mas que contribui para mais uma humilhação pública do ministro. Horas depois de ser ridicularizado por Alberto João Jardim. Uma conclusão salta à vista de todos: os longos anos de experiência na vida política e partidária ensinaram pouco a Miguel Relvas e as equivalências foram-lhe creditadas erradamente. Um ministro que se permite chegar a um ponto de desautorização, que assume carácter de humilhação pública, não pode perceber nada de política. A sua resistência foi, no início da semana passada, um sinal de imprudência. Hoje, já nada lhe resta senão resistir porque já não há uma saída digna da situação. 

 

Esta é uma daquelas situações, para usar da metáfora de Pedro Passos Coelho, em que se atira porcaria na ventoinha... O resultado é evidente. Surpreendeu-me, por isso, que o Duarte Marques, presidente da JSD, e o Pedro Alves, secretário geral da JS, se lançassem tão prontamente para a frente da ventoinha. O primeiro conseguiu chamar a si, no dia informativo de ontem, a precariedade política do ministro com uma tentativa de defesa tão arrojada que soa a desespero. O segundo, respondeu hoje ao arrojo do Duarte, comprometendo-se mais do que se estivesse calado. Ao fim do dia, ninguém ficou bem na fotografia, porque, como dizia, quem passa em frente a esta ventoinha... 

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