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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

UV 2011: Dia 2

Paulo Pinheiro, 31.08.11

Porque me candidatei à Universidade de Verão?

 

André Couceiro

19 anos

Marinha Grande

 

Depois de ouvir todos os relatos fantásticos acerca das experiências dos meus amigos em anteriores edições da Universidade de Verão, tornou-se óbvia a minha vontade de participar na melhor formação política do país. Razão principal para me candidatar é a vontade de viver uma semana cheia de troca de experiências e conhecimento, quer por oradores com um vasto percurso académico e profissional, quer pelos colegas alunos que me irão enriquecer a nível cultural, intelectual e, provavelmente, mudar também a maneira de ver o meu futuro.

O facto de 100 jovens de grande potencial, altamente motivados, partilhando a mesma vontade de aprender, travar conhecimentos sobre todas as questões essenciais a nível politico-social ou sobre as suas experiências no associativismo é também um dos principais motivos do meu interesse em integrar esta "nata nacional".
Não pensando que a UV me vai abrir portas num mundo político que me fascina, o essencial é que esta vai ser uma experiência de vida marcante e capaz de mudar a forma como olho para as pessoas que me rodeiam, acabando por me dar uma perspectiva diferente da minha posição global.

 

 

António Roxo

27 anos

Lisboa

 

Na minha opinião, a Universidade de Verão constitui a melhor e mais completa formação política em Portugal e, como tal, a possibilidade de participar deve ser um objectivo de todos os militantes da JSD que pretendam um maior desenvolvimento pessoal e político. Foi com esta vontade de aprender que me inscrevi, uma vez que acredito que para alcançarmos melhores quadros políticos não podemos deixar de apostar na formação.

As expectativas eram grandes quanto a esta semana, uma vez que já conhecia um pouco o espírito UV através de opiniões de antigos alunos. Agora que aqui estou posso confirmar que o convívio é, sem dúvida, uma grande mais-valia da UV. No entanto, o espírito é de tal forma único que só experienciando é que podemos compreender.

Vale de facto a pena participar e deixo aqui um apelo para que todos os jovens militantes não fechem a porta a esta oportunidade única e desafiante.

Onde é a Cultura? "Olhe, vire tudo à esquerda e siga pa trás!"

Beatriz Ferreira, 31.08.11

Fui ao Crato, bonita terra do Norte Alentejano, para assistir ao último dia do Festival do Crato que tradicionalmente apresenta um cartaz que chama público de todo o país e fiquei espantada ao saber quais as bandas que tinham actuado em edições anteriores e o que se esperava para essa noite. Não é muito comum que uma vila com 3 mil pessoas apresente Scorpions ou UB40, entre outros cabeças de cartaz que acabam por trazem quase 40 mil pessoas às festas da terra.

 

Em conversa com um autóctone, este disse-me que é o Partido Comunista quem governa os destinos do município desde as últimas eleições autárquicas e que o festival ganhou um pendor mais “alternativo”: Orquestrada, Deolinda, Gotan Project, Gabriel o Pensador, Homens da Luta, Orelha Negra, Amália Hoje, Vitorino…

 

Enfim, isto levou-me a fazer uma viagem mental à minha terra, Almada, onde a Esquerda também faz da Cultura uma coisa sua, mas nem toda a Cultura. Promove-se apenas determinados gostos culturais com os quais nem todos se compatibilizam, uma Cultura supostamente mais “alternativa” ou undergroumd como a própria Esquerda, esquecendo que o fundamental é a oferta variada. O Estado não pode ser dirigista ao ponto de dizer aquilo de que supostamente devemos gostar, mas é sua função proporcionar todo o tipo de ofertas e ensinar às pessoas que podem escolher, que têm essa possibilidade.

 

Dar a cana ou ensinar a pescar?

Sweet Dreams are made of this...

Essi Silva, 30.08.11

 

Pois é, nuestros hermanos podem estar próximos de adoptarem o sinal de Stop na sua Constituição. Confusos?

A crise que tem assolado a UE trouxe ao de cima uma questão pertinente: deverão as Constituições europeias impor um limite ao défice das suas respectivas nações?

E se é viável, será que a classe política vai nisso?

 

Este é um problema complexo. De facto, poderá fazer algum sentido impor-se um limite ao défice. Será lógico que a par de terem o direito à educação, à vida, e afins, os cidadãos tenham o direito a não serem prejudicados pela falta de responsabilidade de quem os governa. Existirá um ponto sem retorno a partir do qual os Governos já não poderão gastar sem consequências sérias para os cidadãos, mas será que um limite ao défice, à fixação desse ponto sem retorno, impedirá a degradação das economias? Não será um limite à soberania e à própria democracia?

 

O conceito levanta vários problemas. Quem irá fiscalizar e supervisionar as contas públicas para que os números não sejam adulterados/ultrapassados? Quem e como serão os responsáveis sancionados quando se ultrapassar o valor do défice? E se as contas forem adulteradas, qual será a sanção? Qual será esse valor limite para o défice? Como se fixa? Quais as consequências sociais desta restrição? E quando se estiver próximo do limite, quererá isto dizer que todo o Estado será como que unplugged e parará de funcionar para não gastar?

 

Toda a proposta, por mais louvável que seja, é uma enorme teia de complicações e como todos sabem, as leis, especialmente no nosso país, podem ser facilmente utilizadas ou manipuladas.

 

É verdade que o Congresso de Deputados espanhol aprovou hoje  "tomar em consideração" a alteração do art.º 135º da Constituição para  impor um limite ao défice, com os votos a favor dos maiores partidos (alguns dos pontos mais relevantes da proposta podem ser lidos aqui).

Mas será a proposta aprovada? E no caso afirmativo, qual será o nosso comportamento perante este exemplo?

É que de querer a acontecer adensa-se a distância, principalmente quando se quer que a ideia seja bem concretizada.

 

Conseguirá o sonho tornar-se realidade sem se transformar num pesadelo? É que quando política, economia e direito se combinam o resultado é tudo menos um conto de fadas.

 

 

They tried to make me go to rehab but I said 'no, no, no'

jfd, 30.08.11

 

Muitos camaradas, antes e depois das eleições internas, me falaram dessa hipótese. Ainda ontem me ligaram, mas não estou em condições de aceitar dadas as circunstâncias de estar a viver em Coimbra. Não tenho disponibilidade - disse o senhor ao i...

Muito esperto é ele digo eu. Afinal este é o PS de Galamba de Costa de Edite de Seguro & companhia. Todos com amnésia. Todos vindos de uma longa viagem espácio-temporal em que se lhes varreu qualquer coisa da mente. Não sei bem dizer o quê, mas há algo que não bate certo...

 

página * Visão, 26.07.2007

UV 2011: Dia 1

Paulo Pinheiro, 30.08.11

Mais um grande edição da Universidade de Verão! E claro que o Psicolaranja não podia deixar de sentir o apelo natural de reportar o que acontece nesta grande iniciativa de formação de qualidade de jovens quadros da sociedade e, como tal, a melhor forma é pelo próprio testemunho dos participantes.

Assim, diariamente, dois ou três UVianos escreverão neste blog.


 

 

Daniela Teixeira Serrano

27 anos

Leiria

 

Durante longos meses, dado a especial atenção ao que se ia dizendo sobre a Universidade de Verão, candidatei-me e hoje aqui estou eu…

Apesar de ter consciência da árdua semana de trabalho que me espera, e que teve início há breves instantes, o entusiasmo, a partilha e a perseverança dos que aqui estão, e que também a mim me trouxe, é inigualável.

Tentando corresponder às expectativas, agarrando responsabilidades e correndo todos os riscos que a bom porto certamente nos conduzirão, olho para esta UV 2011 com carácter precursor, ansiando o alcance de respostas para uma situação nacional vulnerável e debilitada que urge por respostas, por desafios e por concretização. 

 

 

Miguel Santos Fernandes

25 anos

Aveiro

 

Começa a Universidade de Verão, levanta-se um novo espírito, uma índole num grupo com mais de 100 jovens que vêm à aventura e à procura de um desafio em que a aprendizagem é o mote principal. Aprender novos conceitos, conviver, partilhar ideias e gerar conhecimento são, nesta semana, tronco comum a todos. 

 

Num local elegante, em plena Serra de S. Mamede, existe a expectativa de envolvência numa dinâmica organizativa diferente e que não deixa qualquer dúvida acerca da sua relevância politica quando se analisa o espólio de pers

onalidades e governantes que marcarão presença e que são capazes de entusiasmar os jovens quadros que partilham os ideais Social Democratas e que aqui marcam presença.

 

Anteriores edições revelam que a criação de cidadãos informados, capazes de informar e de difundir firmemente ideias pelos diversos quadrantes da sociedade são matérias de grande responsabilidade e sobre as quais as directrizes da universidade de verão não descoram esforços.

 

O que se espera da edição de 2011 da Universidade de Verão? Certamente que fiquem muito boas historias para contar...

 


Universidade de Verão 2011

Beatriz Ferreira, 29.08.11

 

Começou há cerca de meia-hora a Universidade de Verão 2011 e a sala está cheia de jovens que mais uma vez prescindiram de uma semana das preciosas férias para participar naquele que é o melhor momento de formação política partidária em Portugal.

 

Em 2003 o PSD era liderado por Durão Barroso e descontente com o modelo de comício/festa que tinha marcado o início dos trabalhos do ano anterior, decidiu que a reentre do partido com mais responsabilidade política na altura, tinha de marcar a diferença e assim nasceu primeira edição da UV.

 

Apostar na formação daqueles que vão marcar com uma existência melhor e mais atenta o Futuro é ser social-democrata. É acreditar no auto-determinismo, no individualismo, na capacidade do ser humano de fazer mais e melhor por si próprio. Parabéns desde já a todos participante por este passo em frente e boa sorte.

 

Programa

Ao cuidado do "M12M"

Guilherme Diaz-Bérrio, 29.08.11

Não participei na "manif da geração à rasca". Não participo. Não gosto nem concordo com as razões. Ainda no sabado tive esta conversa com um grande amigo meu: A atitude da minha geração deprime-me. Até ver este video. Afinal, não estou sozinho na minha opinião.

 

Acho que este video devia ser visto por todos aqueles que vão para a Av. Liberdade protestar em vez de terem atitude e vontade de fazer algo. Que da Geração à rasca se passe para a "Geração desenrascada". Menos protestos, e mais empreendedorismo! Falar é facil... fazer, é mais desafiante!

 

Vejam o video, até que a mensagem esteja na retina. Uma boa dose de realidade!

 

Animais

Beatriz Ferreira, 27.08.11

Desde 2006 que o número de animais abandonados tem vindo a aumentar, de raça ou rafeiros, em Agosto e em todos os outros meses do ano. Os animais de estimação das famílias portuguesas deixam-no do ser, tornando-se progressivamente bens descartáveis como quase tudo na sociedade moderna.

 

Embora sejamos de espécies diferentes, humanos e cães são ambos animais que vivem nas ruas num ciclo de pobreza inquebrável com meras medidas paliativas. Tal como os homens e mulheres que vivem nas arcadas de Lisboa, também os cães não contam a sua história, não pedem ajuda e lutam por sobreviver à cobardia de quem passa no passeio a que outros chamam casa e olham para o lado. É triste desprezar a vida, seja ela humana ou não.

 

No entanto, a falta de coragem não fica por aqui. Tão atroz é abandonar um amigo de quatro patas como alimenta-lo sem o acolher, prolongando uma vida de maus tratos que se vai desmultiplicar em ninhadas, continuando o ciclo de fome. Alimentar um cão de rua é acender uma luz de esperança e apaga-la novamente. Dar um par de sapatos a um sem abrigo não resolve a sua situação, dar-lhe um abrigo e condições para reconstruir a sua vida e sistema de valores, sim!

 

Na Serra da Arrábida a situação está descontrolada com mais de uma centena de cães já nascidos na serra que por nunca terem tido contacto com humanos, têm comportamentos semelhantes aos dos lobos. A “matilha” cresceu graças à alimentação destes animais por parte de associações e pessoas. Apesar de não terem havido ataques a pessoas, entraram numa quinta, atacaram e comeram sete porcos, por exemplo.

 

Por favor, não deixem que a luz se acenda e apague de seguida. Não alimentem animais de rua. Adoptem-nos, financiem instituições, sejam voluntários e não deixem que este problema de cidadania e saúde pública se perpetue.

Arte: ganhar ou perder, eis a questão

Essi Silva, 26.08.11

Miró, um dos autores cujas obras fazem

parte da colecção do Museu Rainha Sofia

 

 

A recente onda de roubos e desaparecimentos de obras de arte indica que o crime está a aumentar. O FBI estima que o crime internacional na arte, que inclui não só roubos como falsificações, atinge já o valor de anual de 6 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros), tendo duplicado nos últimos 10 anos.

 

Ora, depois do que se sucedeu no Museu de Haia em 2002, do qual roubaram 6 das mais importantes jóias da coroa portuguesa e as mais valiosas da exposição - um diamante bruto de 135 quilates, o castão de bengala do rei D. José I em ouro e com 387 brilhantes, um anel com um brilhante central de 37,50 quilates, uma gargantilha com 32 brilhantes e um par de alfinetes na forma de trevos - com um valor estimado de 6,2 milhões de euros (que só quatro anos após o furto foram pagos pela seguradora, valor o qual se desconhece no que foi reinvestido pelo anterior Governo), fico na dúvida se deveremos promover o intercâmbio de colecções.

 

E não, não me refiro às colecções de um dos nossos maiores compradores de arte: Teixeira dos Santos, mas do acordo entre o Museu Rainha Sofia e a Fundação Serralves. Estes dois museus passarão a trocar colecções bem como co-produzir exibições. Por mais que esta ideia me agrade, espero bem que o nosso espólio ao andar de um lado para o outro não "evapore"...É que sempre se disse que de Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos. ;)

 

De qualquer modo, saúdo a ideia agradavelmente: quanto maior for a adesão, maior será a poupança na exibição das colecções. Incentivar a austeridade é óptimo, tão bom quanto incentivar as possibilidades fantásticas que a cultura e a vida nos dá, mesmo em tempo de crise.

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