Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

OS SIMPATISTAS

João Lemos Esteves, 31.08.09

 

                   

Disseram-me em Castelo de Vide e recebi há pouco mail com conteúdo idêntico: nos textos que escrevo aqui no Psico sou alegadamente demasiado agressivo, acutilante. Concordam (afirmaram) com a maioria das ideias que aqui expresso, só não concordam com o estilo que tem que ser mais...simpático. Não mais rigoroso, não mais sério, não mais reflexivo, mas mais (imaginem)....simpático. Há assim uma nova tendência na política portuguesa(e bem jovem) que defende que acima e  antes da oportunidade e justeza das palavras e ideias, está o ser simpático, ser suavezinho: os simpatistas. 

 

Ora, isto revela bem o défice de cultura democrática que permanece na sociedade portuguesa e que parece que subsiste (residualmente, espero) nas gerações mais jovens. Quem tem a coragem e a nobreza de participar na viada política, não pode ter medo ou viver obcecado com as críticas que lhe dirigem, nem ver conspirações maquiavélicas sempre que alguém vai contra aquilo que defendem ou as ideias que professam. Em democracia, é um imperativo categórico criticar e, sobretudo, aceitar as críticas que nos são dirigidas. 

 

Por minha parte, por muito que contestem ou me peçam para reler os textos que escrevi e tirar a conclusão por mim próprio, manterei o estilo, o conteúdo e a forma. Quem deve ser duramente criticado, deve-o ser. Quem deve ser elogiado, sê-lo-á sem problemas. Quem merece elogios com reparos(querendo mais) ou críticas contidas (querendo menos), tem-nas por exigências de justiça analítica. Sem nunca cair na fulanização, respeitando a dignidade e o respeito inerentes a todos os seres humanos. Não se confunda fulanização com personalização: a política precisa e pressupõe uma certa personalização. Quando voto em determinada pessoa,avalio, não apenas as suas propostas, mas a sua capacidade para as executar e a confiança que tenho no seu carácter. Daí nunca votar em que se licencia a um DOmingo, com exames enviados por correio ou tomou decisões relacionadas com a licença para construir um centro comercial cuja legalidade suscita muitas, muitas dúvidas...

 

Até porque, o que é a simpatia? É algo subjectivo. O curioso é notar que, para os simpatistas, a simaptia é dizer muito bem deles ou de quem apoiam ou apoiaram... No fundo, é orientar o comentário de acordo com a sua orientação e desejos pessoais. Meus caros amigos psicóticos, definitivamente, não sou um simpatista. Recuso-me a sê-lo...   

A minha UV!

Guilherme Diaz-Bérrio, 31.08.09

 

 

 

 Antes de entrar a pé juntos com um post de Economia (já lá vamos daqui a bocado), achei por bem começar com "A minha UV!". Não para dar uma homenagem (merecida) ao Carlos Coelho e à equipa (que estão de Parabéns!) mas, para fazer uma especie de revisão do que aprendi.

 

E foi muito. Mas não sobre os temas, alguns bastante interessantes. O que realmente me ficou da UV, as lições que retirei, foi sobre mim próprio. Ser levado ao limite, ao ponto de cansaço tal, que a certa altura se começa a pensar em piloto automático é das melhores formas de uma pessoa se conhecer. Porque é em "piloto automático" que nos revelamos. Por isso, decidi por aqui o que aprendi.

 

Lider stressado gera um grupo stressado: 

Tive o privilégio de ser o coordenador do Grupo Amarelo, um fantástico grupo de pessoas. A determinada altura comecei a acusar o stress. O tempo era pouco, o trabalho muito, os prazos apertados. O stress tornou-se visivel, algo que um lider tem de ter cuidado. Qualquer grupo, esteja ele numa empresa, comissão política ou um grupo de UV, olha instintivamente para o "coordenador". Se quem lidera revela stress ou insegurança, todos, sem excepção, sentem isso e reagem da mesma forma.

 

A primeira coisa que um lider precisa - um Braço Direito:

Esta lição aprendi à minha custa, mas já me tinha sido transmitida por um antigo presidente de Secção, grande amigo e hoje companheiro de Blog (Nélson Faria). Todo o lider precisa de um braço direito. Um grupo raramente se queixa ao lider ou coordenador. É uma posição que "intimida". Qualquer coordenador deve ter alguem da sua confiança que faça o papel de amigo, e que lhe transmita as inseguranças do grupo, senão estará a navegar "à vista" (ou, no caso em mãos, uma fabulosa conselheira de UV).

 

Ritmo e organização:

Parar é morrer. O ritmo deve ser mantido ao mesmo nível. Isto aplica-se, na minha opinião, a qualquer posição. É um pouco como andar de bicicleta - é complicado ficar em cima dela quando se abranda ou se pára. O mesmo com um grupo. E o improviso tem os seus limites. Quanto mais desorganizada a pessoa (o meu caso particular) maior a necessidade de nos auto-disciplinar-mos. 

 

Como tudo, pressão a mais faz mal:

Ou "conhecer os limites de quem se coordena". O ritmo do grupo não é o ritmo do seu lider, ou do seu membro mais activo, mas sim do seu membro mais fraco. Dai a necessidade de ter especial atenção e conhecer o grupo bem. A determinada altura, continuei a manter o ritmo que para mim era perfeitamente aceitavel mas, para alguns membros do grupo, estava a ser exaustivo demais.

 

Espírito de grupo:

Nada melhor que um grupo unido. O team building, os momentos mais descontraidos. Os momentos de partilha e de festa. É aqui que se criam as amizades e se criam os laços que permitem a um grupo funcionar bem. E dou um exemplo: o Grupo Amarelo, no final da UV (simulação da Assembleia) teve um desempenho melhor que no inicio, quando se juntou.

 

Nem sempre o melhor argumento ganha o debate:

O meu "governo" tinha uma boa oposição. Bem preparada. Com excelentes argumentos e bem fundamentada. Pode até dizer-se que, nas suas intervenções, por pouco não demoliu o "governo" na simulação. No entanto, ganhei o debate. Não foi por ter os melhores argumentos (não tinha), mas por falar com convicção. Foi para mim o melhor exemplo de como um mau orador com bons argumentos pode perder para um orador convicto mas sem argumentos. Pode dizer-se que é mau, que não devia ser assim, mas é o que acontece. Ou nos adaptamos, ou nos afastamos.

 

Esta foi a minha UV, o que eu retirei dela. Um momento de limites e exaustão que me levou à introspecção (cliché, mas verdade). Aconselho todos a irem. Mesmo os que acham que já percebem de política ou que já sabem falar em público. É daquelas experiencias que só depois de vivida é que se percebe.

 

Duas últimas palavras. A primeira para o meu grupo. Aturaram um coordenador que leva as coisas muito a sério (por vezes demais), que não é conhecido por ter bom feitio a trabalhar e que por vezes exige demais. Cumpriram na integra, e souberam mostrar-lhe que brincadeira também faz bem. Não é preciso "engolir um garfo" para se estar em Política!

A segunda à minha excelente conselheira, a Elisabete Oliveira (ou, como eu lhe chamava, a "chefa"). Percebeu que, em certas alturas, senti-me "peixe fora de água" e que acusei um pouco o stress a meio da UV. Guiou-me, apoiou-me, ensinou-me. Um muito obrigado!

 

E aqui termina a "seca" da descrição, e até ao próximo post, um pouco mais... controverso! 

 

 

PSICO EM GRANDE!

João Lemos Esteves, 30.08.09

                                 

Estive ontem algumas (poucas) horas em Castelo de Vide, no hotel onde se realiza a Universidade de Verão. O suficiente para notar que a UV beneficia muito do espírito e da dinâmica do Psicolaranja. São muitos os psicóticos que dão vida a este projecto de formação único e sem paralelo em nenhuma outra estrutura partidária em Portugal. Porque nenhuma outra tem a capacidade de trabalho e a arte e o engenho políticos da JSD. 

 

Foi gratificante ver o Paulo Colaço (fisicamente exausto, mas psicologicamente cheio de energia, recompensado pelo enorme sucesso da edição deste ano da UV), o Nélson Faria(amigo extraordinário, responsável, inexcedível no seu trabalho, sério, na sua última acção política antes de embarcar na grande aventura da sua vida - e que pena a JSD/Lisboa ter perdido alguém que seria um excelente presidente da estrutura, pode haver tão bons, mas não há melhores que o Né), o Guilherme Diaz Bérrio (inteligência acima da média, doseada com alguma loucura saudável, estava empenhado e entusiasmado), a Margarida Balseiro Lopes(mais bronzeada, com o seu sentido organizacional e instinto de orientar as hostes, marcando jantar para antigoas alunos), a Elsa Picão( a personalização da serenidade divertida e a inteligência de sempre), a Inês Cassiano (sempre fantástica, em grande forma, com a sua irreverência e inquietação inconfundíveis e peculiares) e, mais á noite, o Bruno Ribeiro (animado, convicto , seguro e confiante no arranque do seu difícil e estimulante desafio autárquico), a Elisabete Oliveira (foi um prazer enorme conhecê-la e verificar que era adorada pelos alunos), o André Machado (divertido e animado, ansioso por receber diploma hoje).E, claro, no jantar com Santana Lopes, Diogo Agostinho, inspirado e em extâse com o discurso do seu ídolo político , recuperado e cheio de força e vontade para ajudar Lisboa a ter mais sentido. 

 

Como diz o adágio romano, "elogio em boca própria sabe a vitupério". Como membro do psico, não posso ser totalmente imparcial nem objectivo neste aspecto. Todavia, depois de ouvir conhecido meu, membro de blog de esquerda muito badalado, a dizer o que Deus não diria do Diabo dos seus colegas de blog, que  prazer é colaborar com esta equipa psicótica! Que júbilo é integrar esta equipa invulgar e excepcionalmente criativa e que preza o pensamento livre! Saí hoje da praia de coração e alma cheios - que honra é fazer parte do Psicolaranja! Neste momento, que acaba por ser também a rentrée do psico, tal é revitalizador e inspirador.

DISCURSO DA RENTRÉE - não vos disse?

João Lemos Esteves, 30.08.09

 

                                    

 

Após dois meses de praticamente interrupção política, dominados pela euforia em torno do cada vez mais forte Benfica, eis que finalmente o período político decisivo chega. Chega com o discurso de Ferreira leite a encerrar a Universidade de Verão 2009. E  - apraz-me dizê-lo - chega bem para o PSD.

 

O discurso dividiu-se em duas partes: primeiro, diagnosticou os eros mais salientes da governação socrática;depois, sublinhou as propostas programáticas mais emblemáticas do partido. Certeira na crítica ao governo, insistindo no domínio do Estado pela máquina do PS, na conversão do Estado(aquilo que é de todos nós) numa coutada do PS, onde domina a cultura dos favorzinhos. Por outro lado, realçou novamente aquilo que mais distingue o nosso partido do PS - a defesa intransigente da família e dos valores, como contraponto à defesa irresponsável do PS do casamento e (adopção muito brevemente) entre homossexuais e, no âmbito económico, redução do peso de Estado, mais apoio às pequenas e médias empresas. Balanço globalmente positivo.

 

Em termos oratórios, a líder mantém o (fraco) nível, o que -ao contrário do que a a maioria dos comentadores julgava - vai ser uma vantagem: os eleitores estão fartos da propaganda e da política de mentira de Sócrates e, por conseguinte, querem algo que seja diametralmente diferente. Neste sentido, a naturalidade e uma certa ingenuidade de Ferreira Leite, rejeitando consultores de imagem, teleponto(e não powerpoint), é um trunfo forte - e não um óbice.

 

Por último, é agradável constatar que o tempo confirmou a minha tese, ao contrário do que alguns aqui comentaram: o essencial da estratégia política e o programa do PSD foram revelados por Alexandre Relvas no discurso de abertura da universidade de verão, na segunda-feira (que estranhamente passou ao lado da comunicação social). Ao centro na economia; mais à direita, nos costumes e aspectos comportamentais. A antever e preparar uma coligação governativa com o CDS/PP. Ou, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, um programa não para uma, mas para duas eleições.   

Um desígnio nacional!

André S. Machado, 30.08.09

 

Confesso: Quando Sócrates diz que no próximo dia 27 de Setembro está em causa uma "escolha decisiva" não posso deixar de concordar. Aliás, Sócrates está cheio de razão quando escreve que a escolha passa pela atitude na governação, pelas opções de investimento público e pelo futuro das políticas sociais.

 

Atitude na governação? Fundamental!

Precisamos de um Primeiro-Ministro e de um Governo que lidere o país com firmeza e convicção; que direccione os seus esforços para o combate às dificuldades e para a garantia de um futuro melhor para as gerações mais jovens; que olhe para os mais idosos não como um encargo, mas como uma oportunidade; que se coloque acima de todas e quaisquer suspeitas; que fale com os portugueses franca e honestamente.

Não precisamos, não queremos, não escolheremos um Primeiro-Ministro e um Governo que seja incapaz de lidar com as dificuldades do presente; que desconsidere a oposição e minimize as suas propostas; que assuma uma postura arrogante e autoritária; que esteja sob suspeita dos portugueses.

 

Investimento Público? Fundamental!

Queremos um Primeiro-Ministro e um Governo que aposte em investimentos de proximidade que aumentem a qualidade de vida dos portugueses; que criem emprego efectivo e não temporário; que contribuam directa e eficazmente para o desenvolvimento do interior do país; que resultem em desenvolvimento local sustentado.

Não precisamos, não queremos, não escolheremos um Primeiro-Ministro e um Governo que hipoteque o país e as gerações futuras com obras faraónicas e sem sentido; que ponha em causa o dinheiro de todos os contribuintes com aeroportos desnecessários, linhas de comboio injustificadas ou auto-estradas que ninguém entende.

 

Políticas Sociais? Fundamental!

Queremos um Primeiro-Ministro e um Governo que esteja ao lado da Sociedade Civil, das Instituições Particulares de Solidariedade Social, das associações humanitárias na luta contra a pobreza e a exclusão social; que olhe para os mais desfavorecidos como uma prioridade, nestes tempos difíceis; que seja responsável na atribuição de subsídios.

Não queremos, não precisamos, não escolheremos um Primeiro-Ministro e um Governo que, insensível, se resuma a subsídios ou rendimentos patéticos, com valores ridículos e sem qualquer tipo de fiscalização; que pense que os problemas sociais se combatem com dinheiro e apenas dinheiro, esquecendo as pessoas e a sociedade civil.

 

No fundo, Sócrates definiu três prioridades importantes. A questão fundamental, porém, está no facto de ter falhado em toda a linha: Nestas e em tantas outras áreas da governação.

 

No dia 27 de Setembro não estará em causa apenas uma "escolha decisiva"... Estará em causa algo que deve ser considerado um desígnio nacional: A eleição de uma alternativa de verdade, comprometida com as suas propostas, que reafirme valores e princípios fundamentais, que se apresente a todos os portugueses como um dínamo de mudança sustentada.

 

Não queremos, não precisamos e não escolheremos José Sócrates e o Partido Socialista.

Os portugueses querem, precisam e escolherão a alternativa: Votarão numa política de verdade, para um maior Portugal.

 

Assim se vencerão as eleições, assim se ganhará o país!

MARCELO REBELO DE SOUSA NA UV2009!

João Lemos Esteves, 29.08.09

 

                              

 

Decerto que os alunos da Universidade de Verão de 2009 terão muitas dificuldades em adormecer esta noite. Amanhã, será um dia repleto de actividade, aguardado ansiosamente desde o primeiro dia em Castelo de Vide. Demanhã e início de tarde, há simulação de uma sessão da Assembleia da República, onde serão testados os dotes argumentativos/oratórios dos uvianos. Mas, o grande momento do dia será às 17h com a intervenção do Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Compreende-se que assim seja: o Professor é das individualidades que não se coíbem de intervir civicamente mais fascinantes. Com uma invulgar (diria única) capacidade para envolver o auditório a que se dirige, quer sejam alunos da Faculdade de Direito, quer sejam espectadores que religiosamente o seguem para entender claramente os problemas nacionais e internacionais, quer sejam ricos, pobres, com habilitações académicas ou com um grau de instrução inferior. De palavra fácil, discurso abrangente, objectivo, contundente, com um sentido de justiça apurado, ninguém pode ficar indiferente à inteligência analítica e superior de Marcelo Rebelo de Sousa. 

 

Porém, o lado mais luzidio e cativante do Professor é o lado humano, profundamente inspirado pelos ideiais cristãos, com uma tonalidade heterodoxa e marcada pelo Concílio do Vaticano II, a sua disponibilidade para interagir com o outro (afinal, somos todos irmãos, somos todos concidadãos, não importa onde e como nascemos) e participar em acções de solidariedade social, como o Lions ou mais recentemente, na iniciativa da Operação Nariz Vermelho. Coloca o seu conhecimento ao serviço da comunidade, como a elaboração de pareceres jurídicos gratuitamente a Instituições Particulares de Solidariedade Social ou aS Misericórdias. E é esta atitude que faz com que muitos e muitos portugueses gostariam de ver Marcelo Rebelo de Sousa a liderar os destinos do país. 

 

Mais do que o inato e raro talento político, mais do que a sua capacidade de comunicação, mais do que o seu impacto mediático (o seu programa tem uma média de cerca 30% de share), é a sua constante disponibilidade e a sua concepção de que a vida é um dom de Deus e que vivemos para servir os outros e não para nos servirmos dos outros, que torna Marcelo especial e um exemplo a seguir. O Professor poderá ter muitos defeitos (quem não os tem?), mas asseguro que nunca o poderão acusar de falta de carácter ou princípios éticos. Pelo contrário, Marcelo é um exemplo (que infelizmente, começam a escassear) de quem pauta a sua actividade por princípios, não apenas na política, mas sobretudo na sua vida. Poderá ter estratégias ou tácticas políticas - mas quem está na política e nunca as teve que atire a primeira pedra. 

 

Hoje, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa falará sobre o que é ser social-democrata no conturbado e desafiante século XXI. Certamente que os alunos da UV2009 aprenderão muito com a sabedoria, o exemplo, a experiência de um humanista que todos conhecemos e todos admiramos.     

ESTAREMOS CONDENADOS?

João Lemos Esteves, 28.08.09

                           

 

Na última noite, não consegui dormir. Amiga noctívaga ligou-me de madrugada para me alertar para um facto preocupante: eu não posso, de modo nenhum, contrair Gripe A, pois pertenço a um grupo de risco (ao grupo dos militantes do PSD).

 

Com efeito, se Sócrates mantiver a mesma concepção do princípio da igualdade que adoptou e praticou durante os últimos quatro anos, em que favoreceu as empresas próximas do aparelho socialista ou condicionando a margem de actuação dos empresários para favorecer ou apoiar a política do Governo, estou (e vocês estarão , meus caros amigos) condenado. Com este Estado dominado pelo PS (Partido Sócrates), onde todos os cidadãos são iguais, mas à boa maneira orwelliana uns(os que têm cartão do PS) são mais iguais do que outros, o mais certo é que não haja Tamiflu, nem vacina contra a Gripe para mim.. Claro que a bem do Estado socialista, a bem dos camaradas rosinhas!

 

No entanto, um pensamento acalma-me a inquietação: em Setembro, Sócrates vai morrer politicamente - e não será devido à Gripe A ou à falta de Tamiflu. Será pelo voto dos portugueses. Temos pena, temos pena...  

Ridículo Versão II

Diogo Agostinho, 28.08.09

 

Aí está! Novamente o ridículo chega ao PS. Hoje o Semanário revela que "moderados do PS, próximos de José Sócrates, convidaram recentemente Jorge Sampaio para ser candidato presidencial em 2011. "

 

Será que não aprendem? Será que temos que voltar a levar com as mesmas pessoas sempre?? Depois de Mário Soares, agora Jorge Sampaio? Não sabem ir de vez embora? Antes era a intromissão na Câmara de Lisboa, agora a possibilidade de se recandidatar. De facto, foi até hoje o Pior Presidente da República que já passou por Belém.

 

Quer voltar? NÃO, OBRIGADO!!!

Aí está o programa eleitoral do PSD...

João Lemos Esteves, 28.08.09

 

                   

Finalmente, foi apresentado as grandes linhas que irão nortear o discurso político de Ferreira Leite. Primeira surpresa: fracõ impacto mediático devido à inexistência de surpresas ou soundbytes. Na verdade, o Programa reúne as posições políticas que Ferreira Leite foi assumindo casusisticamente ao longo da sua presidência.

 

Há que reconhecer, por outro lado, que a apresentação do programa foi tímida - não permite detectar ou prever  se o posicionamento político do partido é mais à esquerda ou mais à direita, optando por centrar-se em matérias relativamente incontroversas. 

 

O acento tónico foi posto na economia, com destaque para as políticas de apoio às pequenas e médias empresas, incentivando a diminuição dos custos e um novo modleo para o Pagamento Especial por Conta ( medidas muito positivas) e na Justiça com a introdução de prazos de duração para os processos judiciais(proposto que merece ser aplaudida).

 

Da leitura do programa resulta evidente a marca Pacheco Pereira, que há muito preconiza a teoria das medidas de curto prazo - os eleitores devem saber aquilo que a candidatura vencedora fará assim que ganhe e não projectos estruturais ou de longa duração.

 

Por último, agora percebe-se melhor por que razão Ferreira Leite excluiu Passos Coelho da lista de deputados: é que, como já aqui referi, o programa é claramente centrista no que concerne à área económica, geneticamente social-democrata e sabemos que o pensamento de Ferreira Leite (embora o programa neste ponto seja omisso) é mais conservadora a nível de costumes. Já Passos Coelho é o contrário: é de direita na economia, defendendo sem precedentes na história do partido, o liberalismo puro e liberal em matéria de costumes, defendendo o casamento homossexual e outras "causas fracturantes". Donde, por incrível que pareça, o programa de Sócrates aproxima-se mais, do ponto de vista político-ideológico, de Ferreira Leite do que o de Passos Coelho. Passos Coelho está longe da actual linha do partido - mais longe do que Sócrates. Como é que um militante nestas condições pode defender o nosso projecto par ao país? - pensou Ferreira Leite, agindo em conformidade. 

 

Por último, ressalvo que a aproximação entre o programa do PS e o do PSD não é problema dos sociais-democratas, não é problema nosso. O problema é do PS - Sócrates desfigurou o partido, dando uma forte guinada à direita inicialmente e, depois, centrizando-o. Nós permanecemos no mesmo lugar político há cerca de 30 anos - é agradável sentir que o PS, para ganhar eleições, tem que nos dar razão...  

Pág. 1/6